QUANDO O ENSINADO NÃO É O VIVIDO: UMA CRÍTICA À AUSÊNCIA DO LUGAR DO ESCOLAR NO ENSINO DE GEOGRAFIA.

Autores

  • Edvar Ferreira BasÍlio
  • Adriana Isabel Rodrigues Marcos
  • Djailson Ricardo Malheiro
  • Diana Nara da Silva Oliveira
  • Karla Monise de Souza Silva
  • Luis Tavora Furtado Ribeiro

Resumo

QUANDO O ENSINADO NÃO É VIVIDO: UMA CRÍTICA À AUSÊNCIA DO LUGAR DO ESCOLAR NO ENSINO DE GEOGRAFIA. A tentativa de conectar determinado conteúdo a ser lecionado com a realidade e a vida do educando sempre fez parte das estratégias pedagógicas de professores conscientes da necessidade de desenvolverem aprendizagens significativas. No ensino de Geografia considera-se que essa problemática seja menos desafiadora, já que na própria essência e na definição da ciência geográfica já esteja contida a escrita do mundo. Apesar de muitos designarem a Geografia como o estudo dos lugares, o que comumente ocorre nas aulas da educação básica dessa Disciplina é justamente a ausência do Lugar do aluno, em uma evidente desarticulação entre o ensino, a realidade socioespacial e a vida do educando. Por meio de abordagem qualitativa, utilizando-se de procedimento metodológico bibliográfico, esse estudo tem como objetivo discutir a presença do Lugar do aluno no ensino básico de Geografia. Como categoria estruturadora dessa ciência, o Lugar interliga-se ao espaço da existência real e da experiência vivida do escolar. Verificou-se que a dissociação entre o ensinado e o vivido se deve a inúmeros fatores que se inter-relacionam e se complementam. Dentre esses, destaca-se a insistente supervalorização do livro didático no cotidiano escolar como um dos motivos que prejudicam as abordagens das especificidades locais. Tal aparato chega a exercer influência na autonomia do professor, já que por vezes define o que, como e quando ensinar. Nesse contexto, as práticas tradicionais de ensino de Geografia negligenciam o Lugar do aluno, impactando negativamente no desenvolvimento de processos educativos voltados para a autonomia dos sujeitos e para a formação cidadã, em uma práxis pedagógica reflexiva, crítica, politizada e compromissada com as demandas sociais em que educador e educando se inserem.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação