QUANTIFICAÇÃO DE VIBRIO SPP., EM LAGOSTAS DA ESPÉCIE PANULIRUS ARGUS (LAGOSTA VERMELHA) DO ESTADO DO CEARÁ

Autores

  • Ana VlÁdila da Silva Oliveira
  • Lucas Daniel Borges
  • Gabriel Bezerra Santos
  • Juliana de Carvalho Gaeta
  • Francisca Gleire Rodrigues de Menezes

Resumo

No Brasil, não há informações sobre a microbiota natural das lagostas, o que dificulta a identificação de microrganismos potencialmente invasores e patogênicos. Sabe-se que bactérias do gênero Vibrio, principalmente as espécies Vibrio alginolyticus, V. vulnificus, V. harveyi e V. parahaemolyticus, podem apresentar risco para as lagostas e, consequentemente, para o ser humano, podendo vir a contrair vibriose, devido à ingestão de crustáceos crus ou malcozidos. O estudo proposto teve como objetivo quantificar a microbiota bacteriana do gênero Vibrio de amostras oriundas do intestino, hepatopâcreas e hemolinfa das populações de lagostas da espécie Panulirus argus (lagosta vermelha). A coleta foi realizada nos dias 15 e 16 de outubro de 2019, em Icapuí, no Estado do Ceará. Foram coletados dez indivíduos. Os animais foram dissecados utilizando bisturi. O intestino e o hepatopâncreas foram extraídos usando uma pinça e a hemolinfa foi extraída diretamente do coração. Para a extração foi utilizado um anticoagoagulante na proporção de 1:1 (hemolinfa/anticoagulante). As amostras foram homogeneizadas e diluídas em peptona com água do mar ajustada para 10 g.L-1 e foram feitas diluições seriadas até 10-5, em meios de cultura ágar TCBS, meio específico para as espécies desse gênero bacteriano. A contagem foi realizada através do método de contagem padrão em placas (CPP). Obtendo os seguintes resultados: no intestino foram coletadas amostras da microbiota transitória e residente e os valores foram de 3,2 x 107 UFC/g e 6,72 x 106 UFC/g, respectivamente. Para o hepatopâncreas 5,52 x 105 UFC/g e para a hemolinfa 1,15 x 105 UFC/mL. De acordo com Códex Alimentarius, a dose infectante para Vibrio parahaemolyticus, em crustáceos é de 5 x 102 e 5 x 103UFC/g. Dessa forma, é possível concluir que as amostras de lagostas estavam fora do padrão de segurança alimentar, podendo causar doenças intestinais aos seres humanos, caso sejam processadas de forma inadequada.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação