QUEBRANDO A COSTELA EPISTEMOLÓGICA DE ADÃO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA QUEER DE ESTUDOS SOBRE AS OBRAS AUDIOVISUAIS E A PERFORMANCE DE LINN DA QUEBRADA

Autores

  • Ed Ney Borges Dias
  • Gabriela Frota Reinaldo

Resumo

Este trabalho se trata de uma revisão bibliográfica queer de estudos da Pós-Graduação, publicados nos últimos três anos (2017-2019), acerca das obras audiovisuais e da performance da artista contemporânea brasileira Linn da Quebrada. A revisão faz parte do substrato de uma pesquisa de mestrado, em desenvolvimento no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará (PPGCOM/UFC), a qual se propõe investigar o uso do videoclipe por Linn da Quebrada como um feitiço audiovisual, capaz de materializar e fortalecer a existência de corpos dissidentes da cisheteronormatividade branca e de humanizar a vida precária de sujeitos queer negros considerados seres abjetos. Autoidentificada no seu canal no YouTube como uma “bicha, trans, preta e periférica”, Linn da Quebrada produz obras de imagens e sons transenviadescidos, que manifestam um contra-ataque às opressões do Cistema – o sistema cissexista (VERGUEIRO, 2015) - heteronormativo colonial e constroem pontes comunicacionais com o “Outro”. O objetivo do artigo é traçar rotas metodológicas de fuga das costelas de uma epistemologia de matriz heterossexual branca cisgênera. Primeiramente, é feito um diálogo com a teoria queer, a Crítica Queer of Color e as discussões sobre o hibridismo do vídeo e do videoclipe. Depois, são apresentados os resultados do levantamento, elaborado por meio da metodologia da cartografia (ROLNIK, 1989). A partir dos dados reunidos, foi possível perceber uma concentração considerável dos escritos sobre a performance e a obra de Linn da Quebrada na área da Comunicação, ao mesmo tempo em que foi constatada a pouca produção de trabalhos no eixo Norte-Nordeste que abordassem essa temática específica. Com base no que foi observado, pode-se tatear rachaduras epistemológicas rumo a uma Comunicação queer brasileira, que intersecciona gênero, sexualidade e raça no estudo sobre vídeo. Esta pesquisa é fomentada por bolsa concedida por meio do Programa de Demanda Social da Capes.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação