REFLEXÕES NEGATIVAS SOBRE O EDUCAR: AS IMPLICAÇÕES DO CONCEITO DE INDÚSTRIA CULTURAL NA EXPERIÊNCIA FORMATIVA DA ESCOLA BRASILEIRA

Autores

  • Priscilla Pontes Bezerra
  • Eduardo Ferreira Chagas

Resumo

O presente resumo pretende refletir acerca da relação entre a educação/escola e sociedade, partindo do conceito de Indústria Cultural apresentado por Theodor Adorno na obra Dialética do Esclarecimento (1985), para discutir as implicações que o referido conceito traz para a formação humana, no que se refere à educação brasileira. A constatação que se faz da atual conjuntura educacional é que ela é reflexo da sociedade capitalista vigente, que prioriza a razão técnica e objetiva, transformando a educação em mercadoria e os estudantes em clientes que merecem uma educação de qualidade que atenda aos anseios já modelados por esse grande sistema. Tal realidade afirma a crise na formação cultural, que para Adorno resume-se em termos de uma semiformação socializada, onde a consciência se apoia em elementos culturais previamente ditados pela sociedade. Diante desse cenário, é necessária uma reflexão crítica orientada por uma dialética negativa, capaz de negar a esses preceitos implementados na educação brasileira e pensar novas práticas pedagógicas. As conclusões que por ora se chega, é que a educação escolar guia-se por imagens da indústria cultural que determinam um saber que forja a realidade, possibilitando uma experiência formativa superficial. O método de reflexão negativa da realidade educacional brasileira, é uma atitude crítica que resguarda a importância da educação, é uma tentativa de discutir e negar práticas educacionais que extingam a capacidade crítica e criativa dos sujeitos submetidos a uma formação que padroniza o comportamento, estimula o individualismo e a competição, conceitos vividos na prática educacional que alicerçam a barbárie. É tentar encontrar vias possíveis para uma experiência formativa significativa através da escola, onde seja possível a reflexão estética sobre a história humana e individual, que forme um sujeito incapaz de cometer o mal contra o outro, reconhecendo-o, aceitando o diferente e irrompendo com a força da sociedade totalitária.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação