RUPTURA, DOBRA E EMENDA DO EU: ESBOÇO PARA UMA TEORIA DA SUBJETIVIDADE.
Resumo
A investigação sobre o lugar do indivíduo numa concepção sistemática da realidade suscitou, na história da filosofia, grandes questionamentos. No entanto, desde o pensamento clássico grego até os nossos dias, a tentativa de abarcar a realidade como um todo através da racionalidade mostrou-se limitada em muitos aspectos. Uma das limitações surge como problemática e é posta quando o eu concreto e singular coloca-se, também, como conteúdo diante da multiplicidade infinita cognoscível. Desse modo, o impulso que direciona o eu para a objetividade do conhecimento é o mesmo que se volta sobre si mesmo no interior da subjetividade. O propósito deste trabalho é mostrar que esse movimento empreendido pelo indivíduo, ou seja, o desdobrar-se do eu sobre si mesmo (a dobra), é sucedido pela atividade livre do pensamento na qual o eu recupera (emenda) o que se perdeu na busca especulativa. Assim, tal recuperação apresenta-se através de manifestações legítimas da subjetividade (dúvida, angústia, desespero, ironia), as quais podem ser concebidas como a negatividade constituinte da existência humana. Para tanto, trata-se, aqui, de confrontar a filosofia do dinamarquês Kierkegaard, de caráter não sistemático, com outras concepções sistemáticas do real presentes na história da filosofia, tais como as de Leibniz, Fichte e Schelling, a fim de obter um esboço para se pensar a questão do eu como abertura da subjetividade diante da tarefa do existir humano.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação
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