SENSORIAMENTO QUÍMICO DE PESTICIDAS UTILIZANDO PONTOS QUÂNTICOS DE CARBONO E NANOPARTÍCULAS DE PRATA

Autores

  • Samuel Veloso Carneiro
  • Victor Hugo Rodrigues de Queiroz
  • Antônio Alvernes Carneiro Cruz
  • Rafael Melo Freire
  • Pierre Basilio Almeida Fechine

Resumo

Na agroindústria é comum a utilização de pesticidas, a fim de minimizar prejuízos econômicos pós-colheita. Contudo, tais compostos são tóxicos e, mesmo em quantidades residuais, comprometem a saúde humana. Nesse contexto, estratégias de sensoriamento químico emergem como uma possível alternativa para detectar pesticidas em amostras de alimentos, de forma simples e de baixo custo. Dentre os nanomateriais empregados, os Pontos Quânticos de Carbono (PQCs) constituem uma ótima opção para a construção de uma estratégia de sensoriamento, cujo mecanismo pode ocorrer via transferência de energia ressonante de Förster (FRET). Assim, nanopartículas de prata (AgNPs) podem ser utilizadas na supressão de luminescência dos PQCs, o que as tornam excelentes coadjuvantes na identificação dos analitos. O objetivo desse trabalho é propor um sensor constituído por PQCs e AgNPs, a fim de identificar pesticidas de diferentes classes químicas. Os PQCs foram sintetizados pelo método solvotérmico e as AgNPs estabilizadas com ácido poliacrílico e polietilenoimina. Os PQCs apresentaram bandas de absorção nas regiões próximas a 280 e a 360 nm, relativas às transições eletrônicas que ocorrem em grupos carbonila e em domínios grafênicos sp², respectivamente. Por espectroscopia Raman, identificou-se as bandas D e G, as quais confirmaram a estrutura dos PQCs. Após a otimização das condições experimentais e através de Análise Linear Discriminante (LDA), foi possível diferenciar os pesticidas propanil, paration, dimetoato, clorpirifos e pirimicarbe, com um nível de confiança de 95%. Nessa perspectiva, desenvolveu-se uma estratégia de sensoriamento baseada na fluorescência de PQCs, com potencial para a identificação de pesticidas em alimentos. Agradecimento ao apoio financeiro pelos órgãos de fomento CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação