SOBRE VEREDAS DE PESQUISA: PASSAGEM AO ATO E VIOLÊNCIA NA EXPERIÊNCIA DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI

Autores

  • Fernando Henrique Fernandes
  • Caciana Linhares
  • Caciana Linhares Pereira

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar o trajeto percorrido durante um ano de pesquisa, 2019, no mestrado, junto à linha Teorias e Práticas da Psicanálise. A pesquisa, intitulada "SOBRE VEREDAS DE PESQUISA: PASSAGEM AO ATO E VIOLÊNCIA NA EXPERIÊNCIA DE ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI", interroga as noções de violência e ato no contexto da experiência de adolescentes em conflito com a lei, buscando discernir, nessa experiência, modos de comparecimento do ódio, da agressividade e da violência, segundo a perspectiva psicanalítica. O percurso metodológico busca apresentar e problematizar elementos da escuta de adolescentes no contexto do debate atual em torno da violência, visando apontar contribuições para uma crítica da afirmação comum de que a experiência desses adolescentes é marcada por atos violentos. O que esta afirmação veicula, mascara e revela em relação à noção mesma de violência? Se a adolescência implica passagem, fronteira, recolocação da resposta dada ao Édipo, quais relações podemos depreender entre essa passagem e a noção mesma de ato? O primeiro objetivo específico visa observar o comparecimento destas noções em estudos que se voltam para o tema da adolescência, buscando analisar as relações que estas podem estabelecer com o conceito de adolescência, ou seja, com o que justifica e fundamenta tal nomeação. Num segundo momento, a investigação irá se voltar para as distinções entre ódio, violência e agressividade, na busca por depreender as relações que podem estabelecer com as categorias de atuação e passagem ao ato. Espera-se recolher, desta análise, proposições que permitam avançar na construção de dispositivos de escuta clínica que promovam a emergência de uma construção singular do sujeito. Construção singular que não se situa fora do laço, mas, pelo contrário, talvez seja o que possibilite a escuta, pelos “outros”, do que o ato anuncia e denuncia daquilo que há de destrutivo no laço social, na experiência contemporânea.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação