UM OLHAR SOBRE O NORTE DO TOCANTINS E A EXPANSAO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA

Autores

  • Thayssllorranny Batista Reinaldo
  • Alenxadra Maria de Oliveira
  • Alexandra Maria de Oliveira

Resumo

Ao longo do tempo e com o evoluir das técnicas e das sociedades os estudos fronteiriços tem ampliado sua forma de analisar e compreender o território. Na contemporaneidade a fronteira não é mais vista somente como delimitação territorial – espacializada através de um mapa – mas é concebida também, a partir de um processo que ocorre por meio da ação da Frente Pioneira (reprodução ampliada do capital e conversão da terra em mercadoria) e da Frente de Expansão (economia de subsistência), trabalhadas por Martins (2009). Para esse pesquisador a Fronteira é essencialmente o lugar da alteridade, e o que mais a caracteriza é a situação de conflito. Sua visão nos leva ao desafio de querer compreender a organização socioterritorial do Norte do estado do Tocantins, na Amazônia Legal, e os impactos que essa reorganização do território tem provocado na vida das comunidades locais, sobretudo na vida dos camponeses, que precisam resistir e sobreviver, frente a reprodução ampliada do capital. Trata-se de uma área desigual e contraditória, que tem o conflito no campo com um elemento presente na vida daqueles que de alguma forma representam resistência ao modo de produção capitalista. Inclusive, esse conflito se materializa em formas de intimidação, ameaças e até mesmo mortes na área em estudo, como já nos revelou Rocha (2015) em sua tese de doutorado. A expansão da Fronteira Agrícola, que é caracterizada pela modernização e tecnificação no campo (Huertas, 2009), tem provocado impactos naturais e também socioterrioriais, sobretudo na vida dos sujeitos que retiram seu sustento da terra, como os camponeses. O Norte do Tocantins tem despertado interesses políticos e econômicos de empresas nacionais e multinacionais que chegam e reorganizam o território para atender aos seus interesses. Em relação a metodologia, trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou fontes primarias e secundarias, além de diálogos e entrevistas com os camponeses.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XII Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação