A POLÍTICA NA SALA DE AULA EM TEMPOS DE "ESCOLA SEM PARTIDO": DIAGNÓSTICO E ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS

Resumo

A Sociologia, por estar inclusa no ensino básico e ter influência direta na formação crítica das e dos estudantes, ainda é uma ciência bastante questionada pelo fato de estar numa posição de análise, assumindo em determinados períodos um caráter de ameaça à ideia estruturada de sociedade e aos poderes estabelecidos historicamente. Por ter como objeto de estudo a sociedade e as relações sociais, ela se configura como uma ciência que problematiza de maneira legítima as categorias, os papéis e demais aspectos socioculturais e políticos que constroem as sociedades. Num contexto de movimento anti-ciência que dá força à movimentos como escola sem partido e estimula a perseguição à sociologia no ensino médio, este trabalho têm como objetivos identificar os principais problemas que os e as docentes enfrentam ao abordar temas relativos à política em sala, elaborar um diagnóstico acerca dos desafios, e desenvolver propostas de estratégias pedagógicas para a organização dos planos de aula acerca das temáticas políticas. A metodologia utilizada envolve a construção de entrevistas semiestruturadas em grupo focal com docentes do ensino médio das áreas de ciências humanas para diagnosticar conflitos pertinentes no que tange à discussão de temas políticos em sala de aula e elaboração de estratégias pedagógicas com base nos problemas identificados. Como resultado parcial podemos notar que os conflitos sobre o debate de determinados temas de fato surgiram e se intensificaram no período das eleições de 2018, relacionado diretamente com os ataques à educação e o movimento anti-ciência presentes nos discursos de alguns candidatos conservadores e/ou reacionários. Concluímos que há um imperativo de os debates iniciarem e se findarem nos e nas estudantes, desmistificando a ideia de um professor unilateral/doutrinador, construindo métodos e estratégias pedagógicas construtivistas.