COITÉ COMO SIMBOLOGIA DA CULTURA ORGANIZACIONAL

Autores

  • Eliana Pereira Afonso
  • Daniela Giareta Durante

Resumo

A cultura é aspecto fundamental nos negócios e serve como norteador das ações e das práticas desenvolvidas. A cultura é evidenciada por meio de valores, normas e símbolos que são compartilhados entre os membros (ROBBINS; JUDGE, 2014). Chamou atenção uma empresa familiar, cearense, que atua no ramo de transporte coletivo urbano, por manter um símbolo que a acompanha desde o seu princípio, uma árvore coité. Por isso, levantou-se o questionamento: Que significados o coité possui para os membros organizacionais? O objetivo concentra-se em entender os significados que esse símbolo possui para os membros. A pesquisa é qualitativa. A coleta dos dados aconteceu por meio das técnicas documental, observação sistemática, com diário de campo, e entrevista. Os dados foram analisados e expostos por meio de narrativa (ALVES; BLISKSTEIN, 2010). Em 1956, quando a família adquiriu a empresa, em seu quintal já encontra-se plantada uma árvore Coité. Por isso, a relação da planta com o negócio ocorre desde o princípio. Com o crescimento do negócio, foi necessário construir outros pavimentos, abrangendo o local em que o coité se encontra. A planta foi retirada e um dos filhos levou para sua casa para cuidar. Depois de um tempo, a árvore foi replantada no quintal da empresa. Em 2011, a empresa inaugurou uma nova sede, reservando local estratégico para o coité, em frente ao refeitório, com o objetivo que estivesse visível a todos. A planta foi retirada da antiga sede e replantada na nova e passou por uma fase que “ninguém acreditava que iria sobreviver” (trecho de entrevista). Foi um período de muita chuva, a planta não conseguia se fixar no solo, as folhas caíram. Nesta fase o coité já representava a resistência da empresa, mas esse valor ficou ainda mais forte a partir da recuperação da planta. Ao serem questionados acerca do significado do coité, os sujeitos referiram tratar-se de “um símbolo de resistência”, resistindo a passagem do tempo e das dificuldades de sobrevivência.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXVIII Encontro de Extensão