FORMAÇÃO DOCENTE E A INFLUÊNCIA DOS ORGANISMOS MULTILATERAIS: UMA AGENDA DE DESMONTE DA EDUCAÇÃO

Resumo

Este trabalho faz parte dos estudos realizados no Grupo de Estudos de Políticas, Gestão Educacional e Formação de Professores - GEPGE/UFC e objetivou compreender os princípios norteadores e a lógica que rege a formação docente e suas políticas a partir da influência dos organismos multilaterais. Para este fim, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e documental, tendo como teoria do conhecimento o materialismo histórico-dialético. Neste sentido, parte da premissa de que o trabalho e a educação escolar estão intrinsecamente ligados, logo, evidencia-se que a esfera educacional está imersa nas disputas do capital e subordinada a uma agenda neoliberal mundializada. Nessa perspectiva, a crescente desvalorização e fragilização da formação docente é parte de uma agenda neoliberal imposta à educação, determinando, nos últimos anos, as finalidades da formação docente brasileira. Neste prisma é incontestável que a atuação dos organismos multilaterais vão muito além dos investimentos e recursos aplicados, pois na realidade estes regem a política de formação de professores, e impõe suas metas e ajustes, não apenas para o Brasil, mas também para outros países que estão sob o jugo da globalização neoliberal, evidenciando que a fragilização - não apenas teórica, mas também psicológica e estrutural - do profissional docente e de sua formação é parte fundante desse projeto para uma educação global. Esse processo entrega a formação de professores à iniciativa privada e ou à publicização, e conformada, à obtenção do lucro e às demandas do capital. Para tanto, encontra alicerce em um conjunto de leis, decretos e resoluções que desobrigam o Estado brasileiro - ao atender às prerrogativas dos organismos internacionais e à valorização do capital, em consonância com as grandes decisões das conferências mundiais, de seu compromisso com a formação de professores que atenda aos interesses da classe trabalhadora em seu conjunto