INCLUSÃO E CUIDADOS CLÍNICOS EM SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA: CONTRIBUIÇÕES DO PROGRAMA CLÍNICA, ESTÉTICA E POLÍTICA DO CUIDADO

Autores

  • Cristiane Ferreira de Souza
  • Karla Patricia Holanda Martins

Resumo

O Programa de Extensão Clínica, Estética e Política do Cuidado visa o atendimento clínico psicanalítico a crianças e adolescentes em sofrimento psíquico grave, acolhendo também seus cuidadores. A ação é realizada em dois polos de atuação no Ceará em parceria com o Centro de Referência à Infância – INCERE, a Clínica-Escola de Psicologia da UFC, a Policlínica Municipal de Quixeramobim, e com apoio do Laboratório de Psicanálise e do Programa de Pós-Graduação, ambos da UFC. O objetivo é apresentar as contribuições do programa nos processos de inclusão e cuidados clínicos em saúde mental na infância e adolescência, considerando as cinco comissões em que o programa se organiza, sendo elas, clínica, ensino e pesquisa, política, comunicação e logística. Para isso, fez-se o levantamento dos trabalhos desenvolvidos em 2019 tanto a nível micro, com dados sobre os atendimentos clínicos, quanto macro, com as atividades de formação. A relevância justifica-se pela precariedade dos serviços públicos de saúde mental infanto-juvenil em Fortaleza e no Sertão Central. Por isso, o programa tem feito interlocução com a rede de atenção em que os pacientes do programa transitam, tanto na área da saúde, quanto na educação. Os resultados indicam a ação interdisciplinar como uma diretriz importante da clínica com esses pacientes e suas famílias. No curso de formação continuada realizado, expandiu-se a discussão do diagnóstico e medicalização na infância para áreas como educação, uma vez notado o interesse de professores(as) do Atendimento Educacional Especializado – AEE pelo tema. Dos inscritos na formação, 13% eram profissionais e estudantes ligados à educação. Concluiu-se que há a necessidade de, cada vez mais, dialogar-se com os processos de inclusão dos pacientes nas escolas. Marcados simbólica e socialmente por uma diferença conferida pelo diagnóstico médico, essas crianças e seus cuidadores enfrentam dificuldades de inclusão no meio escolar, social e, por vezes, familiar.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXVIII Encontro de Extensão