MEMÓRIA E PATRIMÔNIO: INVENTÁRIO PARTICIPATIVO PELAS COMUNIDADES DO MÉDIO JAGUARIBE

Resumo

O projeto extensionista se propôs a atender uma demanda do município de Potiretama, situado na zona rural do semiárido cearense, uma vez que as comunidades residentes se vêem sobre uma disputa constante contra os latifundiários. Enquanto os últimos produzem caju, milho, mandioca, feijão e a pecuária em grandes extensões de terra, as famílias rurais resistem ao avanço reivindicando direitos básicos – educação, saúde, transporte, moradia e reforma agrária, principalmente, a região da Caatinga. Sendo assim, a agricultura familiar com base na agroecologia assume um papel protagonista nas resistências cotidianas dessas famílias, e é fonte inspiradora para novas lutas na região, como exemplo, Mão Direita e Caatinga Grande, que em 2013 começaram a integrar a rede política de resistência. Nesse sentido, é de imprescindível valia o projeto de extensão por buscar contribuir no incentivo à participação popular para o processo de escolha do que deve ser tratado como patrimônio, seja essa cultura do âmbito material ou imaterial. O projeto ainda está em processo de conclusão, mas avançou muito em áreas importantes como exemplos: na atualização do banco de dados do COMTER/UFC sobre aspectos da cultura dessas comunidades, que conta com uma vasta documentação, sobretudo orais sobre o assunto; a cartografia social, que ajudou por meio de mapas no entendimento desses sujeitos sobre seu espaço; as trilhas, que vêm ocorrendo desde abril de 2016 e se tornaram uma importante fonte de renda alternativa para as comunidades; e ainda no estímulo a consciência histórica e crítica dos moradores das comunidades, esses que desenvolveram mais seu sentimento de pertencimento com as intervenções feitas. Estas ações ajudam, portanto, a dar visibilidade aos sujeitos existentes naqueles territórios que são invisibilizados tanto no tempo presente, como no pretérito.