OBSERVATÓRIO DAS REMOÇÕES - POTENCIALIZAR EXTENSÃO POR MEIO DE PESQUISA

Resumo

No tocante às grandes disputas urbanas que fazem parte da dinâmica e caracterizam uma cidade, as remoções forçadas se configuram como umas das mais duras e que revelam a desigualdade social, a especulação imobiliária, a segregação socioespacial e a favelização, sendo bastante impactantes à população, principalmente por ser uma prática que posterga os direitos humanos, à moradia digna e à cidade, violentando psicológica e, muitas vezes, fisicamente os alvos dessas ações. É nesse contexto que o Observatório das Remoções se assenta, na tentativa de coletar, analisar, descrever e explicitar tais práticas ocorridas em Fortaleza, uma das cidades mais desiguais do país, numa temporalidade de 2009 à atualidade, contando com reflexões acerca da financeirização da cidade de Fortaleza e de observações e pesquisas intensas dos macroprocessos que envolvem as remoções e reassentamento de famílias. O objetivo principal é demonstrar esses dados sistematizados e utilizá-los na formação de lideranças e movimentos sociais, as quais podem confrontar as ações do poder público e o descaso com os mais afetados por essas práticas, intentando também disseminar os conhecimentos adquiridos pela Universidade Pública para que esta cumpra sua função. A metodologia utilizada consiste na montagem de uma base de dados alimentada por um levantamento junto ao Escritório Frei Tito de Alencar de Direitos Humanos (EFTA) e o Núcleo de Habitação e Moradia (NUHAM) da Defensoria Pública Geral do Estado do Ceará, posteriormente processando e espacializando os dados a fim de criar mapas temáticos que possibilitem entender as práticas e seus vínculos em Fortaleza. Os resultados principais mostram o autor da reivindicação, o proprietário do terreno, se houve ordem administrativa ou judicial, se houve violência entre outros, os quais auxiliam a pesquisa e alimentam as ações de extensão do laboratório para promover uma luta mais justa ao direito à cidade.