POR UM ENSINO DE GEOGRAFIA DAS INDÚSTRIAS SIGNIFICATIVO: AS TRAJETÓRIAS URBANO-INDUSTRIAIS E A GEOGRAFIA ESCOLAR

Autores

  • Joao Marcos Tavares Cabral
  • Alexsandra Maria Vieira Muniz

Resumo

O movimento de renovação da Geografia Escolar desencadeado no decorrer das últimas três décadas coloca em questão a característica “conteudista” que essa disciplina adquiriu no transcurso dos anos, a qual muitas vezes fora caracterizada como mnemônica e sem sentido prático na vida dos sujeitos. Assim, atrelado a necessidade de se pensar o Ensino de Geografia e entendendo que os alunos são os principais sujeitos do processo de ensino e aprendizagem e possuem práticas espaciais distintas capazes de criar diferentes “geografias”, esta pesquisa objetivou analisar o Ensino de Geografia das Indústrias em escolas da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), propondo intervenções no espaço escolar que pudessem aproximar os conteúdos desta disciplina às práticas espaciais cotidianas dos alunos. Para tanto, realizou-se levantamento bibliográfico, documental e cartográfico sobre a dinâmica industrial na RMF, assim como sobre as potencialidades de um ensino de Geografia das Indústrias significativo; coleta, análise e utilização de dados estatísticos (IBGE, IPECE, FIEC) para a elaboração de gráficos, tabelas, mapas temáticos e slides utilizados durante as intervenções; realização de intervenções em escolas da RMF, principalmente naquelas localizadas no eixo da Avenida Francisco Sá; e aplicação de questionário com os alunos participantes para avaliação das atividades realizadas. Diante do exposto, foi possível perceber como as transformações advindas do processo de reestruturação produtiva e espacial ocorridas na RMF provocam transformações que não se limitam apenas ao viés econômico, mas implicam também em mudanças socioespaciais. Ao propor atividades que envolviam imagens, mapas, vídeos, maquetes e jogos, os alunos se sentiram mais interessados pelos conteúdos geográficos, observando que aquilo visto de forma teórica no livro didático poderia ser visualizado nos seus cotidianos, permitindo-lhes refletir criticamente sobre a dinâmica industrial em diferentes escalas.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXVIII Encontro de Extensão