DELEUZE E AS TRÊS DESVALORIZAÇÕES DE SPINOZA
Resumo
O filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995), em seu livro "Espinosa: filosofia prática" (1981), no capítulo II "Sobre a diferença da Ética em relação a uma Moral", afirma que a filosofia de Benedictus de Spinoza (1632-1677) possui uma tese teórica e três teses práticas. A tese teórica é que “há uma única substância que possui uma infinidade de atributos, Deus sive Natura, sendo todas as ‘criaturas’ apenas modos desses atributos ou modificações dessa substância” (DELEUZE, 2002, p. 23). As três teses práticas são três desvalorizações que “implicam uma tripla denúncia: da ‘consciência’, dos ‘valores’ e das ‘paixões tristes’” (DELEUZE, 2002, p. 23). A partir disso, o objetivo da pesquisa foi investigar as três teses práticas de Spinoza, ou seja, as três desvalorizações. Para isso, através da metodologia de estudo grupal do livro “Espinosa: filosofia prática” (1981), obteve-se os seguintes resultados: 1) A primeira desvalorização é da consciência (em proveito do pensamento), esta é a causa pela qual Spinoza é acusado de materialismo; 2) A segunda desvalorização é de todos os valores e sobretudo do bem e do mal (em proveito do “bom” e do “mau”), esta é a causa pela qual Spinoza é acusado de imoralismo; e 3) A terceira desvalorização é de todas as “paixões tristes” (em proveito da alegria), esta é a causa pela qual Spinoza é acusado de ateísmo. Por fim, concluímos que Deleuze vê nessas três teses práticas uma semelhança com a filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900). As três desvalorizações de Spinoza são “as razões pelas quais ele é acusado de materialismo, imoralismo e ateísmo” (DELEUZE, 2002, p. 23). Por este motivo, é importante um estudo aprofundado da leitura de Deleuze a fim de evitar interpretações contra-sistemáticas acerca da filosofia de Spinoza.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXVIII Encontro de Iniciação à Docência
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