INTERSECCIONALIDADES: COMO A EDUCAÇÃO ESTÉTICA PODE CONTRIBUIR NO ENSINO DE BIOLOGIA?

Autores

  • Iuri Tavares de Sousa
  • Talita Siqueira Cruz
  • Lívia Guimarães Peixoto Castro
  • Arlindo Gomes Viana Neto
  • Jose Roberto Feitosa Silva

Resumo

Baudrillard afirma que "Vivemos num mundo onde há cada vez mais informação e menos sentido". Vemos, na escola, estudantes repetindo denominações de táxons, nomenclaturas e concluindo o ensino básico sem capacidade de realizar um “brotamento" ou “cultivar a sua própria horta”. O fetichismo da sociedade de consumo alienou as gerações atuais a ponto dos seus integrantes não associarem o tempero mostarda à planta que lhe confere o nome, nem o “catchup” ao tomate. Vivemos sob o domínio da racionalidade instrumental. Pensando nisso, o PIBID Biologia UFC buscou oferecer um saber direto, corporal, anterior às concepções simbólicas que possibilitam os nossos processos de raciocínio e reflexão, pois o universo, antes de ser inteligível, nos aparece como objeto sensível. Quando trouxemos a Educação Estética para as práticas de Biologia do E.E.M.T.I. Hermino Barroso, buscamos retornar à origem grega do vocábulo "estética" — aisthesis, que significa a capacidade do sujeito de sentir a si próprio e ao mundo num todo integrado. Para tanto, realizamos uma aula de campo na exposição De Corpos no Mundo, um projeto de extensão do Instituto de Educação Física e Esportes — IEFEs/UFC. Lá os alunos foram vendados e convidados a sentir as obras-esculturas que retratam a vida humana, os estágios do desenvolvimento e a problematizar as suas relações com o mundo. O percurso ao longo da exposição permitiu aos estudantes uma interpretação integral da existência, permitindo-lhes flanar a certa distância da visão cartesiana do que é vida, que insiste enxergá-la tão somente como um conjunto de "peças" produtoras de conhecimentos racional e utilitários para a exploração e o controle do corpo.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXVIII Encontro de Iniciação à Docência