A MISSÃO DA IBIAPABA NA GUERRA DA CONQUISTA

Autores

  • David Rodrigues Stigger
  • Almir Leal de Oliveira

Resumo

A presente pesquisa tem como foco a análise das missões jesuíticas da Serra da Ibiapaba, Ceará, a partir do documento “Carta ânua da Missão do Ciarâ na Serra de Ibyapâba de 1695”, que compreende os anos de 1693 a 1695, salientando o fato de que tais missões compartilhavam de um projeto civilizador/conquistador. Os nativos da América portuguesa, que viria a ser o Brasil, atiçaram, por anos, o imaginário popular da Europa, principalmente sob a perspectiva da falta, sendo preciso “civilizá-los” para preencher tal “falta”. Os aldeamentos constituídos por missões religiosas são exemplos de mecanismos “civilizatórios”; alastrando o cristianismo, ao mesmo tempo que efetivavam o projeto colonial (PERRONE-MOISÉS, 1992). Com isso, busca-se entender como a missão da Ibiapaba se insere nessa perspectiva civilizatória, utilizando-se das ideias do antropólogo João Pacheco de Oliveira (OLIVEIRA, 2014), sobre as situações históricas do Brasil Colônia, a saber: o Regime de Feitorias, onde há uma disputa pela consolidação do poder na colônia entre Portugal, os nativos e outras nações; a Guerra da Conquista, em que Portugal se lança para o controle administrativo do espaço geográfico; por fim, A Plantation, no qual a administração portuguesa se volta para a produção e comércio em larga escala da cana de açúcar. Dessa forma, a carta Ânua de 1695 em articulação com as categorias históricas de Pacheco de Oliveira, permite observar como a missão se articula dentro da Guerra da Conquista na colônia com situações históricas locais, como a Guerra dos Bárbaros (PUNTONI, 2002), no “descimento” de povos indígenas para as aldeias, além de efetivar o projeto de colonização, colocando a missão como importante centro para a consolidação da colônia na região da Ibiapaba e do Maranhão, resgatando objetivos do Regime de Feitorias descritas por Pacheco de Oliveira e projetando-se em um possível cenário econômico de descoberta de minério de prata no Maranhão em contraste com o regime de Plantation.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica