A NATUREZA EM MARX

Autores

  • Ruy Cabral de Amorim Neto
  • Eduardo Ferreira Chagas

Resumo

Ao tratarmos do significado que teve e tem as obras de Marx acerca da natureza, é comum partirmos de pressupostos e da formulação mais simplista de que ele, um “moderno”, constitui assim um humanismo, auto centrado na existência humana. Dentre diversas interpretações do corpus marxiano, uma das mais comuns construídas acerca do marxismo coloca-a como uma mera teoria economicista de uma modernização progressiva da sociedade. Dentre os fundamentos desse pensamento estaria a ideia de superação de formações sociais atrasadas e arcaicas, que tinha por objetivo chegar a uma sociedade industrial e desenvolvida. Este enfoque na teoria de Marx como se sua preocupação estivesse apenas no desenvolvimento das forças produtivas é facilmente contraposto ao deter-se num estudo acurado dos seus escritos da “maturidade”, após os anos de 1840, especialmente, os Grundrisse e o Capital (Schmidt, 2014). Encarando a história humana como parte orgânica da história natural e o homem como parte constitutiva do meio ambiente, Marx já aponta uma visão naturalista complexa não apenas entre homem e natureza, mas entre sociedade e natureza, sendo ambas forças naturais, mas a primeira age contra si mesma. Portanto, munido destes dois conceitos-chaves e utilizando como escopo da investigação essa passagem que trata da crítica à economia política da produção humana e do estranhamento para outras formas de estranhamento do homem com a natureza apresentado nos Manuscritos Econômicos-filosóficos (1844) tenho como objetivo mostrar um conceito de Natureza em Marx.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica