A (RE) EXISTÊNCIA AO “ESTADO DE EXCEÇÃO” POR MEIO DA LITERATURA EM ZERO A ZERO: QUINZE POEMAS CONTRA O GENOCÍDIO.

Autores

  • Gersilton Fernandes Nobre
  • Atilio Bergamini Junior

Resumo

O presente trabalho, realizado em meio às atividades propiciadas pela Bolsa Voluntária PIBIC da Universidade Federal do Ceará, tem o intuito de analisar o livro Zero a Zero: quinze poemas contra o genocídio (2015) da poetisa paulista, Dinha, em diálogo com o ensaio Estado de Exceção (2003) de Giorgio Agamben. Em Zero a Zero, Dinha apresenta uma coletânea de poemas que enfatiza o conceito de (re)existência, isto é: a maneira que a autora e a população das periferias das grandes cidades encontraram de constituir sua voz e sua vivência. Para Agamben, o “estado de exceção” ocorre quando um território passa por uma crise. A partir disso, direitos como os de expressão e livre circulação, fundamentais para a existência do cidadão, são suspensos: a força da lei (ou a lei da força) suspende a lei. Instaura-se, , uma espécie de guerra, em que ficam legitimadas violências e medidas contra indivíduos que, por algum motivo, não são considerados integráveis ao novo sistema político. Este trabalho pretende analisar, então, poemas do livro Zero a Zero e, por meio de traços conteudísticos e formais, evidenciar uma crítica artística ao estado de exceção, à violência e às injustiças sofridas pela população pobre e periférica no Brasil. A metodologia tem caráter qualitativo: por meio de um recorte no corpus, constrói um "objeto" de análise, isto é, o estado de exceção apresentado nos poemas de Dinha. Por meio do estudo da obra da poeta foi possível observar a denúncia do “estado de exceção”, o que nos levou a realizar uma discussão a respeito da (re)existência das minorias, feita em obras artísticas, como o próprio livro da poeta Dinha.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica