A REFORMA EMPRESARIAL DA EDUCAÇÃO E O NOVO ENSINO MÉDIO

Autores

  • Ana Melissa Morais Ribeiro
  • Maria Edivani Silva Barbosa

Resumo

Atualmente, o Novo Ensino Médio tem previsão de implementação nos sistemas de ensino até 2022. Esta etapa de ensino será reestruturada em três aspetos principais: estrutural, curricular e financeiro. Coordenada e financiada por grupos empresariais brasileiros através de organizações da sociedade civil e pelo Banco Mundial, a reforma se insere em um contexto global de reformas educacionais onde, através de uma combinação entre padronização, avaliação e responsabilização, são inseridos padrões empresariais no funcionamento das escolas e medidas graduais de privatização do ensino público. Esse processo tem origem nos direcionamentos de organismos multilaterais dados a partir dos anos 1980 para os países periféricos, tendo a educação escolar como ferramenta de segurança, expansão de mercado e abastecimento de demandas produtivas. Após o golpe político-econômico-midiático de 2016 esse processo foi acelerado, com projetos políticos de ataque a educação pública de viés liberal-conservador como a PEC 55, o projeto Escola Sem Partido e a reforma do Ensino Médio. Mesmo com ampla insatisfação dos sujeitos educacionais, esta foi aprovada, evidenciando seu caráter autoritário. Este trabalho busca analisar as origens e os objetivos do Novo Ensino Médio, bem como o papel dos sujeitos que o gerenciam e as transformações propostas, evidenciando suas problemáticas e alternativas. A metodologia utilizada para a pesquisa é a documental e, para a interpretação, o método histórico-dialético. A pesquisa evidencia que a reforma empresarial retira elementos essenciais para a formação integral da juventude, enquanto o ensino médio tende a perder seu caráter propedêutico para atender às demandas de formação de mão de obra do setor produtivo. Assim, ao permitir que a escola seja gerenciada de forma empresarial, baseada em valores como a competitividade, o lucro e o individualismo, educação perde sua essência como bem comum e como direito humano, caracterizando-se como retrocesso educacional.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica