ANÁLISE DO DISCURSSO RELIGIOSO NO FILME O AUTO DA COMPADECIDADE, BASEADO NA OBRA DE ARIANO SUASSUNA

Autores

  • Monalisa Carneiro Freitas
  • Georgia da Cruz Pereira

Resumo

Esse artigo sugere uma análise crítica do discurso religioso no filme O Auto da Compadecida (2000), baseado na obra teatral de Ariano Suassuna, que se passa na cidade de Taperoá, município do estado da Paraíba. Tem enfoque nas crenças religiosas e na falta de conexão com o que faz parte do discurso e da prática nas situações representadas entre os personagens. A relação entre os elementos religiosos, a consolidação da cultura popular, a existência de um anti-herói e a linguagem adotada pelo autor, busca trazer uma reflexão sobre a vulnerabilidade de nossas convicções e a predisposição do homem em se beneficiar. Ademais, observa-se no presente trabalho a crítica do autor em relação à igreja católica, usando como base para o que deseja representar as ações e falas que deixam evidentes os interesses individuais como pilares das decisões dos personagens, marcadas pela comicidade e regionalismos. Além disso, contém nessa análise um apanhado sociológico da forte crença do sertanejo em Nossa Senhora, motivada pela falta de perspectiva diante das necessidades vividas pelo povo do sertão. Poderemos observar que, diante do contexto de extrema pobreza dos personagens, derivada da arbitrariedade provocada por coronéis, donos das terras e cangaceiros, usando a perspectiva do povo mais humilde, o que resta para eles é o uso dos únicos recursos que estão ao seu alcance: a fé e a inteligência.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica