ANÁLISE E MONITORAMENTO DAS PESCARIAS DE RAIAS DO CEARÁ

Autores

  • Gustavo Soares de Figueiredo
  • Wellington do Nascimento
  • Vicente Vieira Faria

Resumo

O presente projeto teve como objetivo geral realizar a análise e o monitoramento das pescarias de Elasmobrânquios (tubarões e raias) do estado do Ceará. Foram realizadas 50 amostragens de desembarques das pescarias artesanais de tubarões e raias de agosto de 2018 a julho de 2019, na praia da Enseada do Mucuripe, em Fortaleza, Ceará. Um total de 137 elasmobrânquios foram registados no período do presente estudo, sendo 21 tubarões e 116 raias. As raias amostradas foram de 5 espécies de 3 gêneros pertencentes a subClasse Elasmobranchii. A hipótese de que as espécies de raias poderiam ser identificadas corretamente foi corroborada. As raias representaram 84,68 % do total de elasmobrânquios amostrados (116 raias de 137 elasmobrânquios). A raia-manteiga (Hypanus americanus) foi a mais abundante com 40,52 % do total de raias amostradas, enquanto que as raias-bico-fino (Hypanus guttatus) foram as segundas mais abundantes com cerca de 36,21 % do total de raias, e as raias-morcego (Rhinoptera bonasus) representaram 18,96 % das raias amostradas. As demais espécies de raias representaram 4,31 % do total. A Proporção sexual (relação número de machos: número de fêmeas) por cada espécie de raia amostrada foi registrada. A proporção sexual da raia-manteiga, foi precisamente de 1:1, 50% de machos e 50% de fêmeas. Já para outras espécies, a proporção sexual teve maior percentagem de fêmeas do que de machos, tais como nas raias-bico-fino (76 % de fêmeas) e raias-morcego (59 % de fêmeas). A hipótese inicial levantada nesse projeto de que a Proporção Sexual por espécie é 1:1 não foi corroborada. Estes resultados podem sugerir que o esforço de pesca está ocorrendo em áreas com cardumes de fêmeas, o que pode tem impacto na reprodução destas espécies. Desta forma, se pode afirmar que as pescarias de raias do Ceará estão contribuindo para uma possível diminuição dos estoques populacionais das espécies amostradas, devendo ser a gestão destas pescarias normatizada pelos órgãos competentes.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica