ANÁLISE SOCIOLINGUÍSTICA DOS PRETÉRITOS MAIS-QUE-PERFEITO E PERFEITO SIMPLES EM DADOS ORAIS DO PORTUGUÊS DO CEARÁ NA FUNÇÃO DE PASSADO DO PASSADO

Autores

  • Ester Vieira de Lima
  • Marluce Coan

Resumo

O presente estudo faz parte de uma investigação mais ampla a respeito do pretérito mais-que-perfeito no português cearense oral. O principal objetivo desta fase foi a investigação dos usos do pretérito-mais-que-perfeito e do pretérito perfeito como variantes na codificação da função de passado do passado, na qual há maior competição entre as formas sob análise. A pesquisa considerou quatro bancos de dados orais do Ceará: PROFALA, TORRES, NORPOFOR e PORCUFORT. A pesquisa baseia-se em pressupostos sociolinguísticos e obedece à seguinte metodologia: coleta e codificação dos dados e análise estatística no programa Goldvarb X. A análise abrangeu motivações linguísticas (tipo de verbo, marcador temporal, pessoa discursiva, saliência formal, polaridade e tipo oracional) e extralinguísticas (nível de formalidade, escolaridade, faixa etária e área/zona). Os resultados mostraram 209 dados de mais-que-perfeito e 127 dados de perfeito. Por meio da análise, chegou-se aos seguintes resultados: o mais-que-perfeito tende a manter-se no campo dos verbos mais dinâmicos, sem presença de marcador temporal, utiliza-se mais a terceira pessoa do plural, há maior frequência de verbos irregulares, a polaridade positiva é a que mais condiciona o mais-que-perfeito e, no que diz respeito ao tipo de oração, têm-se como principal condicionante as orações coordenadas. Os resultados comprovaram que o pretérito mais-que-perfeito composto continua se sobressaindo na codificação de passado do passado. A realização desta pesquisa, que traz significativas contribuições para estudos linguísticos regionais, foi viável devido ao suporte financeiro do CNPq.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica