APLICAÇÃO DE MICROAERAÇÃO E NITRATO PARA REMOÇÃO DE SULFETO GASOSO E DISSOLVIDO EM REATORES ANAERÓBIOS

Resumo

A sulfetogênese, processo no qual sulfato e compostos à base de enxofre são reduzidos a sulfeto, pode causar diversos problemas ao meio ambiente e à saúde humana como corrosão, mau odor e toxicidade. Nesse sentido, a presente pesquisa visa avaliar a aplicação de microaeração e nitrato (NO3-), como alternativa para remover sulfeto dissolvido (S2-) e gasoso (H2S) em um reator UASB de escala laboratorial (volume útil de 3 L e TDH de 8 h), utilizando afluente sintético com etanol como substrato. A pesquisa consistiu em 5 fases operacionais. Na fase I, o reator teve características de um UASB convencional, o qual serviu como referência/controle para as fases seguintes. As concentrações finais nesta fase foram de 29 mg·L-1 de S2- e 0,99 mmol∙d-1 de H2S. A fase II consistiu na aplicação da microaeração no headspace na vazão de 0,2 mL ar·min-1, removendo completamente o H2S presente no biogás, devido à oxidação do sulfeto pelas bactérias oxidadoras de sulfeto. Contudo, a concentração de S2- não variou muito. A fase III consistiu na associação da microaeração com a adição de 50 mg. L-1 de NO3-, visando remover completamente o S2-. Nessa fase, houve uma remoção completa de S2-, provavelmente, devido ao processo de desnitrificação autotrófica e o H2S continuou sendo removido, devido à microaeração adicionada. Na fase IV, cessou-se a microaeração com o intuito de avaliar somente o efeito do NO3- na remoção de S2- e H2S. Por consequência, a concentração de H2S aumentou para 0,82 mmol∙d-1, enquanto que a remoção de S2- permaneceu em 100%. Por fim, na fase V, o reator voltou a ser operado sob as mesmas condições da fase I. Com isso, as concentrações finais de S2- e H2S foram de 33 mg·L-1 e 1,17 mmol∙d-1, respectivamente. Sendo assim, conclui-se que a aplicação de microaeração e NO3- é uma alternativa promissora para a remoção de S2- e H2S, tendo em vista os resultados da fase III. Os autores agradecem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.