AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE TROCAS DE CURATIVOS EM PACIENTES COM QUEIMADURAS DE SEGUNDO GRAU SUPERFICIAL EM USO DE PELE DE TILÁPIA (OREOCHROMIS NILOTICUS) LIOFILIZADA

Autores

  • Camila Barroso Martins
  • Alex Marques do Nascimento Uchôa
  • Francisco Raimundo Silva Junior
  • Edmar Maciel Lima Junior
  • Manoel Odorico de Moraes Filho

Resumo

As queimaduras são lesões traumáticas dos tecidos orgânicos, podem ser causadas por: agentes térmicos, químicos, choques elétricos ou radioativos. Devido aos custos elevados dos curativos oclusivos sintéticos ou bio-sintéticos, tem-se buscado novos materiais biológicos, alternativas para o tratamento. Estudos pré-clínicos com a pele de tilápia, demonstram que a mesma possui características semelhantes a da pele humana, além da elevada resistência e a boa aderência ao leito da ferida. Devido resultados positivos do uso da pele de tilápia convencional comparando-a com sulfadiazina de prata e espuma de prata, surge a necessidade de avaliar sua forma liofilizada. Este estudo visa investigar se o uso da pele de tilápia liofilizada como curativo em adultos com queimaduras de segundo grau superficial, possui efeitos benéficos quanto a frequência de trocas de curativos, comparado à espuma de prata. Trata-se de um estudo clínico randomizado, controlado, prospectivo, aberto, monocêntrico, aleatorizado, realizado em um hospital referência em tratamento de queimaduras em Fortaleza-CE. Foram incluídos 20 pacientes ambulatoriais, com queimaduras de segundo grau superficial até 10% e por escaldadura. O grupo com Pele de Tilápia teve um melhor resultado comparado ao de Espuma de Prata, onde as medianas se apresentaram diferenciadas: Pele de Tilápia mediana (1) e Espuma de Prata mediana (2). Houve uma redução de 50% dos curativos realizados com Pele de Tilápia, onde apenas 20% (2) dos pacientes realizaram renovação de pele em áreas não aderidas, já no grupo Espuma de Prata 100% (10) dos pacientes, realizaram 2 curativos ao final do tratamento. Conclui-se que a utilização da pele da tilápia como tratamento de queimaduras de 2º grau superficial implica em menos curativos. Quando se diminui o número de trocas, também diminui os riscos de infecção, menor possibilidade de o paciente sentir dor, menos tempo de mão de obra da enfermagem ou equipe responsável e menos custos.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica