AVALIAÇÃO DE ASPECTOS FOTOANTROPOMÉTRICOS, DENTÁRIOS E PARÂMETROS SALIVARES EM CRIANÇAS PORTADORAS DA SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS

Autores

  • Ana Lalessa Pereira de Oliveira
  • Mariana Gomes Coutinho
  • Francisco César Monteiro Chaves Filho
  • Pedro Henrique Moreira Lima
  • Cristiane Sa Roriz Fonteles

Resumo

Este estudo teve como objetivo avaliar os aspectos fotoantropométricos faciais, dentários e perfil proteico de crianças portadoras da Síndrome Congênita do Zika Vírus (SCZV) comparados com crianças saudáveis. A amostra foi composta por 94 crianças com idade de 1 a 20 meses, de ambos os sexos, sendo 63 crianças participando do grupo Zika e 31 formando o grupo Controle. Foi realizada uma anamnese inicial seguida de registro fotográfico, coleta de saliva não-estimulada, exame clínico extraoral e intraoral. Os dados foram tabulados para análise estatística, sendo considerados os resultados com nível de significância p<0,05. Na análise fotoantropométrica, foram identificados valores significativos em relação à altura facial média (p<0,000), comprimento da porção posterior nasal (p<0,000), posição vertical das orelhas (p<0,000), altura do queixo (p<0,000), comprimento vertical das orelhas (p<0,000), distancia inter-alar (p<0,025) e a largura da boca (p<0,018), mostrando haver diferenças morfológicas entre os dois grupos. Na análise intraoral, a média de idade foi de 10.32 meses + 2,23 e o número de dentes presentes por criança foi de 0,84 + 1,23, evidenciando um atraso na erupção diante a faixa etária de acordo com a literatura analisada. Na avaliação proteômica salivar, o estudo evidenciou diferenças na distribuição das bandas, onde foram encontradas mais proteínas nos pacientes com SCVZ em comparação ao controle, mesmo estando pareados para a mesma faixa etária e sexo. Dessa forma podemos concluir que existem diferenças morfológicas entre bebês com e sem SCZV. É possível afirmar que indivíduos com a SCZV apresentam atraso na erupção dentária, assim como, alteração nos seus constituintes salivares em comparação à bebês saudáveis. Diante dos resultados, espera-se que o estudo da saliva aliado a avaliações clínicas de crianças afetadas pelo vírus Zika nos permita estabelecer guias antecipatórios de desenvolvimento dentário e craniofacial para crianças com SCVZ.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica