BIOPROSPECÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS EM ORGANISMOS MARINHOS DO LITORAL DO CEARÁ: CORALLINA OFFICINALIS

Resumo

Compostos bioativos de interesse científico têm sido encontrados em diversos organismos marinhos. Neste trabalho, o objetivo foi quantificar compostos fenólicos totais (CFT) e flavonoides (TF) e determinar atividades antioxidante, antimicrobiana e fitotóxica do extrato etanólico da rodófita Corallina officinalis. A biomassa coletada na Praia do Pacheco, Caucaia, Ceará, em novembro/2018 foi lavada, liofilizada, triturada, pesada e extraída em etanol (1:10, p/V) por 48 h. O resíduo foi re-extraído por mais 48 h. Os filtrados das duas extrações foram reunidos e evaporados. O rendimento médio da extração foi 0,54%. CFT foi quantificado com base na curva padrão do ácido gálico, sendo igual a 27,65 ± 2,73 mg EAG/g extrato. TF foi quantificado com base na curva padrão de quercetina, sendo 45,78 ± 3,83 mg EQ/g extrato. A capacidade de sequestro do DPPH, poder de quelação de íons ferrosos (FIC), poder de redução de íons férricos (FRAP) e atividade inibitória do branqueamento do β-caroteno (BCB) foram determinados no extrato etanólico e nos controles positivos nas concentrações 50, 100, 250, 500 e 1.000 µg/mL. DPPH variou de 10,36 a 12,35%. Na maior concentração testada, os valores de FIC e FRAP foram, respectivamente, 41,29% e 0,132 (absorbância em 700 nm). BCB mostrou que nas menores concentrações, a proteção não diferiu estatisticamente da do ácido ascórbico, mas nas maiores, elas foram superiores àquelas do controle positivo. Nas concentrações testadas, não houve atividade antimicrobiana contra Staphylococcus aureus e S. epidermidis. O extrato etanólico da rodófita C. officinalis não apresentou fitotoxicidade frente a sementes de pepino Cucumis sativus. O índice de germinação foi 122,86%, com todas as sementes germinadas nos controles positivo (C+) e negativo (C-), e 96,67% no extrato da alga. Os comprimentos das radículas (cm) foram 2,73 ± 1,05 (C+), 9,07 ± 3,20 (C-) e 11,53 ± 4,54 no extrato algal.