CARACTERIZAÇÃO CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA DE IDOSOS COM HANSENÍASE NO CEARÁ DE 2008 A 2017

Autores

  • Maria Amanda Mesquita Fernandes
  • Reagan Nzundu Boigny
  • Maria Aparecida Ferreira Domingos
  • Ana Laryssa Costa Chaves
  • Ana Beatriz Moraes Rocha
  • Paula Sacha Frota Nogueira

Resumo

Introdução: A população idosa no Brasil cresce significativamente, chegando a um quantitativo de aproximadamente 20 milhões de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Entretanto, os investimentos públicos ainda são escassos para esta classe, afetando a qualidade de vida e saúde dos indivíduos. Ademais, essa questão é agravada quando este ser é afetado por doença estigmatizante, como a hanseníase. Objetivo: Caracterizar a população de estudo quanto aos aspectos clínico-operacionais. Metodologia: Estudo do tipo ecológico, realizado com casos de recidiva de hanseníase notificados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação no período de 2008 a 2017, disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Ceará. Constituiu a população do estudo 1001 casos de recidiva totais, e amostra foi de 269 casos em idosos. Resultados: Quanto à classificação operacional da doença, a forma multibacilar representou 238 (88,5%). Com relação a baciloscopia, 144 (53,5%) foram positivas, seguido de 67 (24,9%) negativas, 22 (8,2%) não realizadas e 36 (13,4) de notificações com esse dado ignorado ou sem preenchimento. Quanto à forma clínica houve predominância da forma dimorfa com 100 (37,2%) dos casos, seguida pela virchowiana com 86 (32%), indeterminada com 24 (8,9%), tuberculóide com 17 (6,3%) e 42 (15,6%) não classificados. No que se refere ao Grau de Incapacidade Física (GIF) no diagnóstico, a maior parte dos casos obtiveram GIF 0 de incapacidade (n=93/34,6%), seguido por 81 (30,1%) com GIF 1, 39 (14,5%) com GIF 2 e 56 (20,8%) com GIF não avaliado. No tocante ao esquema terapêutico, 235 (87,4%) realizaram o esquema de 12 doses, seguido de 28 (10,4%) em esquema de 6 doses, 4 (1,5%) em esquema alternativo e 2 (0,7%) notificações com esse dado ignorado ou sem preenchimento. Conclusão: Conclui-se que os casos de recidiva em idosos estão aumentando, sendo necessária a continuidade do monitoramento de forma a criar estratégias que possam a diminuir a prevalência de casos novos.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica