CHACINA DO CURIÓ: NARRATIVAS EM DISPUTA.

Autores

  • Jayne Emilly Paiva Xavier
  • Fernanda Naiara da Frota Lobato
  • José Fernando Gomes do Nascimento Filho
  • Elizabeth Maria Oliveira dos Santos
  • Luiz Fabio Silva Paiva

Resumo

Entre os dias 11 e 12 de novembro de 2015, onze pessoas foram vitimadas e sete ficaram feridas durante uma “suposta” ação policial na Grande Messejana. A cidade de Fortaleza vivencia inúmeras situações semelhantes a essa, contudo, a chacina do Curió é marcada por uma extensa mobilização das mães e familiares das vítimas, alcançando os meios de comunicação e a Secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS). O coletivo de mães e familiares, em um movimento intitulado “Transformei meu Luto em Luta”, somam forças junto aos movimentos sociais e ao Fórum Popular de Segurança Pública, para além de cobrar respostas, elucidar a dor que perpassa suas vidas diariamente. Os meios de comunicação, por sua vez, principalmente os jornais em circulação no Estado, constroem um relato próprio a partir de diferentes perspectivas, interpelando os distintos sujeitos envolvidos: familiares, sociedade civil, poder público e pesquisadores da área. Por fim, uma investigação executada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) levou a julgamento trinta e três policiais militares, revelando o envolvimento destes por meio da utilização de veículos policiais e carros descaracterizados, com placas adulteradas, durante a noite do crime. Tal fato configura ao cenário pós-chacina uma nova conjuntura, onde os agentes do Estado constroem seus relatos sob o viés de acusar, mas também de se defender. Dado o exposto, o presente trabalho busca compreender como as diversas narrativas compõem o acontecido, caracterizando-o em disputa.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica