COMPORTAMENTOS DE RISCO, CONDIÇÕES DE SAÚDE E FATORES AMBIENTAIS ESTÃO ASSOCIADOS A MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS NO NORDESTE DE 2005 A 2017?

Autores

  • Andressa dos Santos Portas
  • Raquel Espínola Saldanha
  • Caio Braga de Sousa
  • Pedro Eduardo Andrade de Carvalho
  • Larissa Fortunato Araújo
  • Larissa Fortunato Araujo

Resumo

INTRODUÇÃO: A partir de 2015, o aumento do número de casos de microcefalia na região Nordeste levantou a preocupação sobre o aumento da prevalência das malformações congênitas (MFC). Até 60% das MFC têm etiologia incerta, porém condições genéticas, ambientais e multifatoriais (como diabetes, TORCHs, e exposição à substâncias como álcool, tabaco e agrotóxicos) estão associadas ao desenvolvimento dessas condições. OBJETIVO: Compreender a relação de fatores comportamentais e ambientais na ocorrência de MFC no Nordeste Brasileiro(NE) entre 2005 e 2017. MÉTODOS: Estudo transversal analisou a relação de fatores comportamentais e ambientais na ocorrência de malformações congênitas no NE utilizando dados dos SINASC, SINAN, SIDRA–IBGE e VIGITEL. Foram utilizados Boletins Epidemiológicos sobre Vírus Zika e outras Etiologias Infecciosas e Boletins Anuais para Produção, Importação, Exportação e Venda de Agroquímicos no Brasil. RESULTADOS: De 2005 a 2017 a prevalência de MFC no NE foi de 6,9 /1.000 nascidos vivos.De 2007 a 2017,os casos de sífilis congênita aumentaram 437%. De 2015 e 2016, foram confirmados 1.709 casos de defeitos congênitos associados ao Zika. No SINAN, constam apenas 17 casos de rubéola congênita no NE de 2007 a 2015 e em 2015, o BR recebeu o certificado de eliminação da rubéola. Não há dados sobre Toxoplasmose, Citomegalovírus e Herpes congênitas. O aumento da prevalência de MFC não acompanhou o consumo de pesticidas: em 2015, houve queda no consumo de pesticidas e a prevalência de MFC aumentou. De 2006 e 2016, o número de diabéticos no BR aumentou 61,8% . De 2006 e 2013, o consumo de álcool entre mulheres foi constante e a o tabagismo entre mulheres caiu. CONCLUSÃO: DM pré-gestacional, sífilis e zika podem estar relacionados ao aumento da prevalência de MFC no NE. Tabagismo e etilismo entre mulheres não parecem estar relacionados a este aumento. São necessários mais estudos para conhecer a influência das demais TORCH e pesticidas na ocorrência de MFC.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica