CORPOREIDADES EM REDE: PERSPECTIVAS SOMÁTICO-ECOLÓGICAS

Autores

  • Lyz Vedra Freire de Oliveira
  • Isabel Cristina Pereira da Costa
  • Patricia de Lima Caetano

Resumo

Esta pesquisa é atravessada por leituras, imersões e práticas nas quais exploramos a corporeidade em diálogo sensível com o meio ambiente, cujo referencial teórico-prático aborda a criação em performance, as técnicas somáticas e a Metodologia de Pesquisa Somático-Performativa. Tendo como foco de investigação a relação corpo-arte-natureza, a pesquisa é orientada fundamentalmente pela experiência, onde sujeito e objeto da pesquisa se mesclam e se confundem. Acredita-se que é a partir de um ponto de vista experiencial, por meio de um alargamento dos sentidos, que o artista vive, explora processos criativos e produz pesquisa acadêmica. Nestes processos, foi possível experienciar uma corporeidade em rede que se manifestou em diversas ações da pesquisa, como: a escuta das árvores (proposição xamânica); a feitura de um vestível conectivo elaborado a partir da realidade sistêmica do tecido fascial do corpo e ações performativas a partir da habitação coletiva do vestível. Guiados por um perspectiva somático-ecológica exploramos as ideias de interdependência e interconectividade, a partir desta corporeidade em rede que emergiu através de uma relação incomum com o espaço. Corpo e espaço se interpenetram e se atravessam em relação mútua de co-criação. O corpo é uma estrutura espacial orgânica que interage, criando interconexões entre espaço interno e externo. Esta realidade orgânica do corpo é uma realidade sistêmica composta por comunidades celulares em relação inter-comunicante de trocas de fluidos e vibracional. O tecido fascial é uma realidade conectiva que inter-relaciona órgãos e músculos do corpo por meio de um tecido fluido em formato de rede. Assim, de diferentes modos, exploramos este corpo que não termina no limite da pele, e que se expande à medida em que se movimenta, o que evidencia uma contaminação constante entre dentro e fora. Contágios entre sistemas e tecidos internos do corpo, contágios entre corpos humanos e contágios entre corpos humanos e corpos-árvores.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica