DE LILITH À HÉCATE: A RECEPÇÃO DO FOLCLORE HEBRAICO À CULTURA GREGA

Autores

  • Jacqueline Silva Bastos
  • Orlando Luiz de Araujo

Resumo

Lilith é a personagem lendária intrinsecamente ligada à criação humana. Embora não esteja explicitamente presente na narrativa de Gênesis, escrita por Moisés, faz parte do folclore e da mitologia hebraica, e é por meio do relato desse povo que tomamos conhecimento mais detalhado de sua origem e disseminação nas culturas mesopotâmicas, como a suméria e a babilônica. Ainda sob o cerne do surgimento dos seres na terra, Lilith aparece na mitologia grega na figura de Hécate, deusa cantada na Teogonia de Hesíodo, honrada por Zeus Cronida, homenageada no hino homérico, momento em que aparece como Selene, a deusa Lua. A apresentação dessa personagem na mitologia mesopotâmica, momento em que é acusada de insubmissão e, por isso demonizada, temida e banida do convívio familiar, e sua recepção na cultura grega, como deusa adorada pelos mortais, é o foco principal deste estudo. Assim, mostraremos a aparição de Lilith da cultura hebraica até o momento em que é representada na mitologia grega como Hécate. É relevante a discussão desse mito porque traz à baila o comportamento de um ser feminino, ou melhor dizendo, de uma mulher, e a aceitação e recepção dela muitas vez passa pelo julgamento masculino, o qual, muitas vezes, busca definir o que deve ou não ser aceito na sociedade da qual se acha guardião dos bons costumes. Este estudo faz parte da pesquisa, em andamento, sobre o Gênesis e a Teogonia, desenvolvida no mestrado em Literatura Comparada, junto ao Programa de Pós-Graduação em Letras.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica