DELEUZE E A DESVALORIZAÇÃO DAS PAIXÕES TRISTES DE SPINOZA

Autores

  • Oscar de Queiroz Holanda Neto
  • Bruna Nogueira Ferreira de Sousa
  • Arthur Siebra Barreto
  • Lucas Oliveira de Lacerda
  • Gabriel Mitzrael Nogueira Pinto
  • Ada Beatriz Gallicchio Kroef

Resumo

O filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995), em seu livro "Espinosa: filosofia prática" (1981), no capítulo II "Sobre a diferença da Ética em relação a uma Moral", afirma que a filosofia de Benedictus de Spinoza (1632-1677) implica uma tripla desvalorização: da “consciência”, dos “valores” e das “paixões tristes”. A partir disso, o objetivo da pesquisa foi investigar a desvalorização de todas as paixões tristes de Spinoza. Através da metodologia de estudos em grupo do livro “Espinosa: filosofia prática” (1981), o grupo obteve os seguintes resultados: 1) Spinoza distingue os afetos em dois tipos: os afetos alegres, que aumentam a potência de agir do corpo e pensar da mente; e os afetos tristes, que diminuem essa potência. 2) A ação se distingue enquanto a causa que envolve exclusivamente a essência do homem e que afirma a sua existência, e a paixão quando envolve a essência daquilo que é exterior ao ele, podendo afirmar ou não a sua existência. Dessa forma, enquanto o homem age, ele é afetado de alegria e enquanto padece, é afetado ou de alegria ou de tristeza. 3) Por mais que as paixões separem o homem da sua autoafirmação e, consequentemente, da sua liberdade, as paixões alegres tem valor maior, pois as paixões tristes “representam o grau mais baixo de nossa potência.” (DELEUZE, 2002, p. 34) e “somente a alegria é válida, só a alegria permanece e nos aproxima da ação e da beatitude da ação.” (Ibid.). Diante disso, foi concluído que Spinoza desvaloriza as paixões tristes em proveito da alegria.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica