DESFECHOS CLÍNICOS DE PACIENTES HOSPITALIZADOS POR FEBRE DE CHIKUNGUNYA EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO CEARÁ NO PERÍODO DE 2017 A 2019
Resumo
Introdução:O vírus Chikungunya é um alfavírus transmitido por artrópodes que leva a uma síndrome clínica aguda de febre, poliartralgia, artrite inflamatória, além de erupções cutâneas. Complicações graves e morte são relatadas durante surtos, principalmente em pacientes com mais de 65 anos ou com comorbidades. Objetivos:Caracterizar a evolução clínica de pacientes internados por Chikungunya analisando suas complicações. Metodologia:Trata-se de um estudo retrospectivo e descritivo, com análise do prontuário de casos de Chikungunya internados em hospital de referência com sorologia IgM+ de janeiro de 2017 a abril de 2019. Resultados:Foram identificados 71 pacientes. A média de idade foi 22 anos (DP±26) com a maior idade de 94 anos e a menor de 28 dias. Analisando o perfil clínico dos pacientes, 26 (36,6%) possuíam comorbidades, dos quais 3 (4,2%) eram HIV+. Do total, 64 (90,1%) receberam alta, 2 (2,8%) foram a óbito e 5 (7,1%) transferidos para outro hospital. O tempo médio de internação foi de 6,6 dias (DP±5,3). Na evolução clínica, 25 pacientes (35,2%) apresentaram complicações, e destes, 13 possuíam comorbidades. Destacaram-se manifestações neurológicas em 15 casos (21,1%), das quais 7 foram meningites, 5 encefalites, 1 Guillain-Barré, 1 mielite e 1 meningoencefalite. Outras complicações foram lesão renal aguda (5 casos), distúrbios hidroeletrolíticos (6 casos), pneumonia (4 casos) infecções do trato-urinário, incluindo cistite e pielonefrite (2 casos), bexigoma (2 casos), miocardite (2 casos), sepse e choque séptico (1 caso), escarlatina (1 caso), Síndrome de Kawasaki atípico (1 caso), Síndrome mão-pé-boca (1 caso), insuficiência hepática (2 casos) e hemorragia digestiva alta (9 casos). Conclusão:Observa-se grande variabilidade de desfechos clínicos na Febre de Chikungunya, onde os extremos de idade e a presença de comorbidades são fatores importantes envolvidos, podendo auxiliar no rastreamento dos pacientes de maior risco, reduzindo desfechos desfavoráveis.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXXVIII Encontro de Iniciação Científica
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