DISTRIBUIÇÃO DE ARSÊNIO EM AMOSTRAS DE CAMARÃO DO ESTADO DO CEARÁ

Autores

  • Lauren Lima Ramos
  • Francisco L F da Silva Jorg Feldmann Andrea Raab Nan Savarin Sinaviwat
  • Wladiana Oliveira Matos

Resumo

A principal fonte de ingestão de arsênio (As) é por meio da alimentação, em especial frutos do mar. Uma vez que o teor desse metaloide pode ser prejudicial para o corpo humano, o objetivo deste projeto é estudar o teor e a distribuição de arsênio, presentes em amostras de camarão do estado do Ceará, Brasil. Amostras de camarão selvagem (Farfantepenaeus brasiliensis) e de cativeiro (Litopenaeus vannamei), adquiridas no comércio da cidade de Fortaleza, foram liofilizadas e moídas. Para análise do teor total de As, as amostras de camarão (animal inteiro, tecido, carapaça e víscera) foram digeridas em meio ácido com aquecimento assistido por radiação micro-ondas. Após digestão, As foi quantificado por ICP-MS. O teor de As presente em camarão selvagem foi de aproximadamente 10 vezes acima do teor recomendado para crustáceos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA (ANVISA, 2013), que é de 1 mg kg-1. Por outro lado, o camarão de cativeiro apresentou concentração de As dentro dos limites permitidos pela ANVISA. Em camarões selvagens, a concentração de As seguiu a ordem víscera>tecido>carapaça, já nos camarões de cativeiro, a sequência de concentração de As foi víscera>carapaça>tecido. A distribuição de As no tecido muscular pode indicar um processo de bioacumulação do elemento nos camarões selvagens (64% no tecido e 33% na carapaça). Esse resultado indica que estudos de especiação no camarão selvagem é importante, visto que o tecido muscular é a fração mais comestível do camarão e a toxicidade de As depende de sua forma química. Apesar da porcentagem de As no tecido de camarões de cativeiro apresentar uma contribuição considerável (46%), a concentração de As encontradas nos camarões desta espécies ficou dentro dos limites permitidos, contudo uma investigação sobre a forma química de As nessas amostras também faz-se necessário.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica