DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ANOMALOCARDIA FLEXUOSA (LINNAEUS, 1767) EM PRADARIAS DE ANGIOSPERMAS MARINHAS

Autores

  • Stefanni Ferreira Pinto
  • Mariana Rodrigues Alves
  • Ravena Stefany Nogueira Alves
  • Cristina de Almeida Rocha-Barreira
  • Kcristina Vilanova de Souza Barros
  • Cristina Almeida Rocha Barreira

Resumo

A relação direta com angiospermas marinhas depende da espécie de bivalve, mas estes estão quase sempre suscetíveis ao efeito de borda. O molusco bivalve Anomalocardia flexuosa é amplamente encontrado na costa brasileira, formando bancos com elevadas densidades em baías, estuários e pradarias marinhas. O objetivo desse estudo foi avaliar se existe uma relação direta deste bivalve com angiospermas marinhas e a ocorrência do efeito de borda em pradarias. As coletas foram realizadas em 4 pradarias distribuídas ao longo de 122 km da região da Costa Branca, litoral oeste do Rio Grande do Norte. Em cada pradaria, foram estabelecidas duas transecções paralelas de 100 m cada, sendo uma nas regiões de borda (T1) e outra, no centro das pradarias (T2). Em cada transecção, foram coletadas 10 amostras equidistantes, com auxílio de um coletor de PVC (0,785m²), totalizando 80 amostras. Foram capturados 102 indivíduos de A. flexuosa, com frequência de ocorrência de 55,5% nas bordas e de 13,88% no centro das pradarias. Não foi detectada uma correlação significativa entre a densidade de A. flexuosa e a biomassa total das plantas (R²= 0,03; p= 0,105). A densidade média de A. flexuosa ao longo das pradarias da Costa Branca foi de 2 ind m-2 e a média foi significativamente maior nas regiões das bordas (U=335,5; p<0,00). Os comprimentos de A. flexuosa variaram de 3,6 a 24,8 mm, com maior frequência (21,6%) de indivíduos na classe de 17,1 a 19,4 mm e, portanto, considerados indivíduos adultos. Os comprimentos das conchas não apresentaram diferença quanto à sua localização na pradaria (U= 352; p=0,76). Assim, o padrão de distribuição de A. flexuosa nas pradarias da Costa Branca mostra que este bivalve independe da biomassa das plantas e que sofre o efeito de borda conhecido para estes ambientes.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica