DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA ZIKA E CHIKUNGUNYA E RELAÇÃO COM O CLIMA E VARIÁVEIS SOCIOAMBIENTAIS EM FORTALEZA

Resumo

O mosquito Aedes aegypti além de transmitir a dengue (DENV) em seus quatro sorotipos, também é responsável pela transmissão do zika vírus (ZIKV) e da chikungunya (CHIKV), sendo essas duas últimas mais recentes no cenário global. A partir da leitura de trabalhos sobre o perfil do mosquito, sabe-se que o mesmo se prolifera em locais com climas de temperatura, umidade e precipitação variáveis ao longo do ano com características específicas. Essa variabilidade climática é característica da cidade de Fortaleza, em constante processo de urbanização. O presente trabalho objetiva analisar o número de casos de CHIKV e ZIKV e a relação destes com o clima e a organização socioespacial da cidade de Fortaleza - CE. Para este estudo foram elaborados mapas e gráficos dos casos confirmados a partir de dados coletados no Sistema de Monitoramento Diário de Agravos (SIMDA), das variáveis climáticas obtidas por meio dos postos meteorológicos da cidade e dos dados de vulnerabilidade socioeconômica através do IBGE. Os resultado das análises cartográficas apresentaram um alto índice de casos em Fortaleza no período de 2016/2017 para ambas as doenças, mais especificamente no lado oeste da cidade, e quando associados aos gráficos de precipitação ao longo do ano apresentaram estreita relação. Nesse contexto, é perceptível a influência do clima no número de casos das doenças, e ainda, a relação com locais de maior vulnerabilidade socioeconômica, tendo em vista a precariedade no saneamento básico observada a partir da coincidência entre bairros com maior número de casos e com maior vulnerabilidade. Verificou-se que ambas as doenças seguem um ritmo semelhante no que diz respeito à incidência e ao período do ano, acompanhando a variabilidade da precipitação na cidade, entretanto o número de casos de Chikungunya se apresentou mais expressivamente em todos os anos avaliados em relação à Zika.