É MELHOR PREVENIR DO QUE REMEDIAR: OS RISCOS DO USO INDISCRIMINADO DE ANTI-HELMÍNTICOS PARA A POPULAÇÃO

Autores

  • Maria da Conceicao Moreira Ponciano
  • Thais Ferreira Barros
  • Ana Carolina Fonseca Lindoso Melo

Resumo

As endoparasitoses intestinais possuem distribuição cosmopolita com maior prevalência em crianças, podendo causar consequências graves à saúde e ao desenvolvimento destas. Apenas um terço da população residente em países em desenvolvimento, como o Brasil, possuem o mínimo aceitável de saneamento básico e acesso à água potável. Muitas infecções causadas por helmintos ou protozoários podem ser assintomáticas ou apresentar sintomas discretos e inespecíficos, dificultando, desta forma, o diagnóstico. Este trabalho teve como objetivo estimar a prevalência de enteroparasitoses em crianças com idade entre um e quatro anos no município de Fortaleza, Ceará. O levantamento foi realizado no período de setembro a dezembro de 2018. As amostras foram processadas pelo método de sedimentação espontânea. Os resultados constataram a contaminação de 26,08% (6) das crianças pelo protozoário de veiculação hídrica Giardia lamblia, em um destes casos houve poliparasitismo com o protozoário de veiculação hídrica Entamoeba histolytica. No entanto, para helmintos não foi relatado nenhum caso positivo, o que pode mostrar uma melhoria histórica do saneamento básico da região ou ser desencadeado pelo uso exagerado de anti-helmínticos, que acaba por mascarar o verdadeiro problema ao mostrar resultados enganosos, induzindo a suposição de que a região não necessita de especial atenção. Os dados de prevalência sugerem que a cadeia epidemiológica das doenças parasitárias intestinais de veiculação hídrica existe na região, tendo o ambiente propício para a transmissão de outras importantes endoparasitoses. Denotam a importância de um estudo mais aprofundado do comportamento da população com relação aos métodos utilizados para a prevenção de doenças, e, se constatado a medicação exagerada, o planejamento de campanhas para a conscientização em educação sanitária, que é comprovadamente a forma mais eficiente de prevenção. Agradecimento: Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PIBIC).

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica