EFEITO DO EXTRATO SECO PADRONIZADO DE AMBURANA CEARENSIS SOBRE A EXPRESSÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS
Resumo
Introdução: Doenças neurodegenerativas são uma das maiores causas de incapacidade mundial, sendo exacerbadas por processos inflamatórios. A micróglia faz parte da imunidade inata e é ativada em diferentes distúrbios que afetam o sistema nervoso central (SNC). As células microgliais liberam mediadores inflamatórios, como o óxido nítrico, pela indução da enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) ativada pela via das MAP kinases (MAPk). Amburana cearensis (cumaru) é uma espécie nativa do nordeste brasileiro e exerce atividade anti-inflamatória em modelos de doenças no sistema periférico. Objetivo: investigar a atividade anti-inflamatória do extrato seco padronizado de A. cearensis (ESPACC) em células do SNC. Métodos: As células microgliais BV2 foram mantidas em meio RPMI-1640, 10% de FBS, a 5% de CO2, 37oC. Foi adicionado o ESPACC (1-100 μg/mL, 24 h) e a citotoxicidade foi avaliada pelo ensaio do MTT. A ativação microglial foi avaliada pela adição de ESPACC (1-100 μg/mL) e após 1 h estimuladas com LPS (1 μg/mL, 24 h). A expressão da iNOS e das MAPk (JNK,ERK,p-38) foi avaliada por Western blot: BV2 foram expostas a ESPACC (100 μg/ml) e estimuladas com LPS (1 μg/mL, 24h). Resultados: No teste de citotoxicidade, o ESPACC não diminuiu a viabilidade celular em nenhuma das concentrações testadas. No teste de Griess, duas concentrações de ESPACC diminuíram a liberação de nitrito estimulado por LPS: 50 μg/ml (74,3 ± 2,6% do grupo controle de LPS) e 100 μg/ml (54,0 ± 2,0%). Na análise por Western blot, o ESPACC (100 μg/mL) reduziu a expressão de iNOS em 41,6% quando comparado ao grupo tratado com LPS, porém não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos na avaliação das MAPk. Conclusão: O ESPACC apresentou ação anti-neuroinflamatória em concentrações que não causam toxicidade celular. Os resultados apresentados permitem propor a A. cearensis como potencial candidata para o tratamento e/ou prevenção de doenças neuroinflamatórias.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXXVIII Encontro de Iniciação Científica
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