FACIOLOGIA E PROVENIÊNCIA SEDIMENTAR DA FORMAÇÃO ROMUALDO (EOCRETÁCEO) EM SANTANA DO CARIRI, SUL DO CEARÁ

Autores

  • Letycia Oliveira Venancio
  • Andreia Karinne Alves de Araújo
  • Daniel Rodrigues do Nascimento Junior

Resumo

A Formação Romualdo, na Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil, embora muito estudada no escopo paleontológico, permanece como uma das unidades mais envoltas em questões estratigráficas pendentes de melhor avaliação. Foi realizado o levantamento bibliográfico pertinente ao tema, identificação e análise faciológica dos afloramentos da Formação Romualdo, coleta de amostras de arenitos e calcários e estudo por meio de petrografia convencional e de minerais pesados. A análise de minerais pesados, em particular, foi voltada principalmente para obter indícios de proveniência primária (áreas-fontes) e secundária (retrabalhamento entre unidades), mas também com potencial para demonstrar relação entre as unidades estudadas e o grau de diagênese sofrido. Os resultados mostraram que os calcários eram sempre portadores de conteúdo bioclástico pouco transportado, como conchas de gastrópodes e ostracodes, associados a fosfato impuro (colofana) parcialmente dissolvido e matéria orgânica amorfa. Os calcários apresentaram graus de recristalização contrastante, porém mais intenso (esparítico) na amostra de concreção carbonática com ostracodes. Os calcários foram identificados de acordo com sua textura e mineralogia como calcirrudito bioesparítico e calcilutito biomicrítico. O arenito é quartzoso com muitos grãos de biotita e pellets, além de portador de matriz carbonática impura derivada do próprio corpo de água onde se assentou. Sua maturidade textural é baixa e sugere assim uma área-fonte próxima. Quanto aos minerais pesados, com base na assembleia geral, sua origem seria relacionada a rochas plutônicas ácidas e/ou aluminosas associadas a metamórficas paraderivadas de grau médio a alto, especialmente devido à abundância de monazita, silimanita, cianita, estaurolita e granada em quase todas as amostras. No entanto, não foi possível estabelecer índices estatisticamente seguros para proveniência devido à ausência de pares minerais robustos e/ou em quantidade suficiente.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica