FOME E VERGONHA DE SI: VULNERABILIDADES NA HISTÓRIA DA CULTURA E DA CLÍNICA
Resumo
O presente trabalho configura-se como o produto de uma pesquisa realizada entre os anos de 2017 e 2019 intitulada da “Fome e Vergonha de Si: vulnerabilidades na história da cultura e da clínica”. Realizado em dois momentos, o projeto objetivou promover uma análise da problemática da fome e de seus testemunhos nas perspectivas da cultura (parte 1) e da clínica (parte 2). Inicialmente, optou-se por uma metodologia de pesquisa bibliográfica, a partir de documentos literários e históricos que deram rosto a fome durante algumas das grandes secas do Ceará. Posteriormente, uma articulação teórico-prática com os trabalhos que vem sendo desenvolvidos há aproximadamente 10 anos em uma Instiuição do setor terciário de Fortaleza que atua na promoção de saúde e assistência social a crianças consideradas em risco nutricional e suas famílias. Nesse percurso, obteve-se que, na história de nossa cultura, a fome aparece narrada correlata à desapropriação material e subjetiva e a experiências de assujeitamento vivenciadas frente da fragilidade do laço social, ao mesmo tempo em que permanece como um elemento silenciado e segregada em nossa cultura na figura dos campos de concentração. Acredita-se que as questões pertinentes a esse modo de constituição do laço social apresentam atravessamentos nas experiências singulares diante da fome e das vulnerabilidades sociais trazidas como elementos significativos no cotidiano das famílias que frequentam a Instituição, o que acaba por incidir nos simbolização primários pertinentes à relação materno-infantil e nas suas possibilidades de construir soluções e espaços possíveis para maternagem e para subjetivação. Por fim, questiona-se também sobre os limites e as possibilidades da construção de uma clínica e de uma escuta atravessada pela Psicanálise em uma Instituição Pública.Publicado
2019-01-01
Edição
Seção
XXXVIII Encontro de Iniciação Científica
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