FORMAÇÃO E ESTABILIDADE DO LODO GRANULAR AERÓBIO CULTIVADO COM ESGOTO SANITÁRIO EM ESCALA PILOTO

Autores

  • Lorayne Queiroz de Oliveira
  • Silvio Luiz de Sousa Rollemberg
  • Carlos Adler Saraiva Paiva
  • Paulo Igor Milen Firmino
  • Andre Bezerra dos Santos

Resumo

A tecnologia do lodo granular aeróbio (LGA) é considerada uma das mais promissoras no âmbito do tratamento de efluentes. Todavia, na operação em escala real, alguns problemas têm surgido, principalmente relacionados à instabilidade do LGA, assim como menores eficiências de remoção de C, N e P em relação à escala de laboratório com efluente sintético. Nesse contexto, foi avaliado a formação e estabilidade do LGA cultivado com esgoto sanitário em escala piloto. Para tal utilizou-se um reator de acrílico com volume de 140 L, instalado na Estação de Pré Condicionamento da Companhia de Água e Esgoto do Ceará. A operação ocorreu durante 4 etapas com ciclos de 6 horas e fases bem definidas de enchimento, aeração, sedimentação e descarte. Durante o estudo, diminuiu-se a duração da fase de sedimentação de 55min (I) - 45min (II) - 30min (III) - 15 min (IV), na qual a diferença de tempo foi incorporada na fase aeróbia, de maneira a manter o tempo de ciclo constante. A formação dos grânulos esteve completa no início da etapa III, após o 35º dia, quando a biomassa com Ø>0,2mm, correspondia a 80% dos sólidos presentes no reator. Após esse período a biomassa apresentou Ø médio de 0,9mm, IVL30 de aproximadamente 60 mL/g, sólidos suspensos voláteis de 3700 mg/L e relação proteínas/polissacarídeos de 1,9. Em relação às remoções de DQO, N-NH4+ e P-PO4-3, após estabilização e otimização do sistema, foram alcançados valores médios de 95,2%, 97,4% e 88,5%, respectivamente. Dessa forma, os resultados mostram que foi possível realizar o cultivo do LGA em escala piloto com esgoto sanitário obtendo uma boa estabilidade operacional dos grânulos cultivados. Além disso, um sistema totalmente granular pode reduzir o consumo energético por meio da redução da aeração, mantendo um bom desempenho operacional. Agradecimentos: Ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) ETE’s Sustentáveis e CAGECE.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica