FORTALEZA LITERÁRIA: CARTOGRAFANDO PALAVRAS

Resumo

O projeto intitulado “Fortaleza Literária: os escritores e a cidade” propõe analisar o que a vida e a obra dos escritores revelam sobre a geografia de Fortaleza. O projeto segue em sua II Fase, aprofundando os estudos sobre a cidade a partir, especialmente, de duas obras literárias, quais sejam: “A Afilhada”, de Manuel de Oliveira Paiva e “A Normalista”, de Adolfo Caminha. Ambas discorrem sobre a Fortaleza do final do século 19 e revelam o mapa da cidade na trama que compreende os seus personagens, permitindo que conheçamos Fortaleza para além de suas características urbanísticas. A literatura aliada à geografia representa um elo entre o presente e o passado na/da cidade, além de ser uma maneira de compreendermos a condição humana no mundo e como o espaço é percebido, habitado, representado e imaginado. O projeto faz o uso da literatura se apoiando em textos geográficos para que a fonte de conhecimento sobre o social, o econômico, o político e o cultural tenha uma percepção diversa, interdisciplinar. As duas obras estão livres de conceitos técnicos e referências metodológicas, mas revelam uma singular cartografia literária de Fortaleza. São obra que trazem em suas narrativas informações e leituras do cotidiano de Fortaleza e buscam confrontar a ficção com a realidade. As obras “A Afilhada” e “A Normalista” abordam, assim, uma realidade histórico-geográfica de uma cidade em desenvolvimento e com inúmeras mudanças acontecendo no âmbito político, econômico e social. Busca-se na segunda fase do projeto aliar geografia e literatura para entender a cidade no final do século XIX, encontrando, nas linhas e entrelinhas das duas obras a produção e vivência do espaço geográfico da cidade de Fortaleza.