HANSENÍASE E ESTIGMA: APLICAÇÃO DA ESCALA EXPLANATORY MODEL INTERVIEW CATALOGUE (EMIC) PARA CASOS DE HANSENÍASE

Autores

  • Maria Angelica Gomes Carneiro
  • Anderson Fuentes Ferreira
  • Léia Gadelha Teixeira
  • Isaac Mendes Donato
  • Marianne Santos Florêncio
  • Alberto Novaes Ramos Junior

Resumo

INTRODUÇÃO: A hanseníase, considerada uma Doença Tropical Negligenciada (DTN), ainda persiste como condição endêmica no Brasil. Outrossim, essa doença é classificada como problema de saúde pública em virtude do seu forte estigma social, com repercussões individuais, familiares e comunitárias. OBJETIVOS: Analisar a percepção das pessoas com hanseníase acerca do estigma social, mediante a aplicação da escala Explanatory Model Interview Catalogue (EMIC). METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal descritivo, com abordagens quantitativa e qualitativa para avaliação de instrumentos vinculados ao projeto “Ferramenta genérica para avaliação e monitoramento de morbidade e incapacidade relacionadas a doenças tropicais negligenciadas no Brasil”. Desenvolveu-se o estudo na cidade de Fortaleza (Ceará), a partir dos serviços de referência de atenção e cuidado às DTN. Os dados obtidos na pesquisa correspondem à aplicação da EMIC individual destinada às pessoas acometidas pela hanseníase. RESULTADOS: Dentre os 102 entrevistados, cerca de 49 (48,0%) prefeririam que as pessoas não soubessem do seu diagnóstico, 39 (38,2%) já sentiram vergonha ou constrangimento, 21 (20,6%) afirmaram que as pessoas poderiam se recusar a visitar suas casas, mesmo após o tratamento, e 93 (91,2%) nunca foram afastados do trabalho ou de grupos sociais, contudo 24 (23,5%) decidiram distanciar-se do convívio coletivo. CONCLUSÃO: Evidencia-se uma postura de sigilo em relação à doença como estratégia para evitar a sua estigmatização. Nesse sentido, entraves nos relacionamentos sociais podem ser observadas, ocasionando perdas de referências sociofamiliares e do potencial de socialização. Logo, são necessárias medidas para qualificação da atenção e do cuidado a essas pessoas, abrindo canais efetivos para o desenvolvimento inclusivo. Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) & Netherlands Hanseniasis Relief (NHR) – Brasil.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica