HETEROGENEIDADE DE UM RECIFE ENTREMARÉS NO ATLÂNTICO EQUATORIAL

Autores

  • Anne Larisse Alves Reboucas Gurgel
  • Marcelo de Oliveira Soares

Resumo

Nos recifes da zona entremarés atuam vários componentes bióticos e abióticos, onde as comunidades bentônicas se organizam e se estruturam criando uma heterogeneidade no espaço e no tempo. Contudo, há uma escassez de estudos que avaliem esta variabilidade. O objetivo deste estudo é avaliar a heterogeneidade espacial e temporal em um recife de arenito da zona entremarés por meio do uso de indicadores ecológicos (cobertura da comunidade bentônica). A área de estudo se localiza no litoral de Paracuru (Ceará) na costa oeste cearense. Foram realizadas coletas nos meses de novembro de 2018, janeiro, junho e agosto de 2019. Foi utilizado o método PIT (transecto de pontos) em quatro transectos com extensão de 60m, onde a cada 10cm era registrado o grupo morfofuncional que ocorria embaixo da trena. Após esta coleta a porcentagem de cobertura foi calculada. Os resultados indicam que os grupos de macroalgas e algas filamentosas foram dominantes durante a maior parte do período de estudo, com exceção do mês de agosto/2019, onde houve baixa cobertura de macroalgas(1,29%), porém alta de algas filamentosas (37,29%). O recife apresentou-se assoreado com altas taxas de cobertura, variando entre ~24% e 41% no período. Os corais e zoantídeos tiveram baixas taxas de cobertura representando menos de 15% de cobertura dos recifes nos meses. Dentre as espécies, Palythoa variabilis mostrou-se a mais abundante, variando de 7,5% a 10,83%. As condições de hidrodinâmica, combinadas ao elevado aporte continental durante o período chuvoso, tiveram impacto direto na distribuição dos organismos recifais. Conclui-se que houve uma significativa heterogeneidade tanto espacial (numa escala de poucos metros) e temporal (ao longo de poucos meses) e que pesquisas nesse tipo de ecossistema podem ser utilizados para avaliar impactos em recifes no mundo todo, realizando predições de condições futuras a respeito da distribuição da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica