HISTÓRIA AGRÁRIA NO CEARÁ: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS CAMPONESES FRENTE A INTERVENÇÃO DO ESTADO, ENTRE FINS DO SÉCULO XX E INÍCIO DO XXI

Autores

  • Hortencia Alves Nogueira
  • Ana Caroline Silva de Oliveira
  • Bárbara Lourenço Tavares
  • Gonçalo Soares Mourão Neto
  • Leticia Costa Gadelha
  • Mario Martins Viana Junior

Resumo

Durante o final do século XX e o início do XXI, podemos identificar uma mudança na forma de intervenção do Estado nas áreas agrícolas do país, em especial, na região Nordeste. O discurso que passa a ser construído é de uma “modernização da agricultura”. Neste processo, toma protagonismo o Departamento Nacional de Obras Contra Seca, órgão centenário, agente dessa modernização, a partir construção de grandes obras para o manuseio de recursos hídricos, como: os açudes e os perímetros irrigados. O Ceará é o estado que recebeu o maior porcentual de irrigação, possuindo cerca de 40% do total das áreas irrigadas. Sendo o Baixo-Jaguaribe, local de grande concentração dessas áreas, um dos fatores que levou a região a alavancar o estado, conhecido pelas secas, como um dos maiores exportadores de fruticultura do país. No entanto, essa lógica de produção que vem sendo implementada se mostra conflitante com aquelas já existente entre as populações rurais. Desta forma, o presente projeto tem como objetivo investigar esses conflitos, dando centralidade para a compreensão das memórias e das experiências dessas populações camponesas. Para isso, tomamos para a análise as fontes produzidas pelo Estado, e, em especial, a investigação e produção de fontes orais, a partir de entrevistas temáticas e de história de vida com os camponeses, além do acesso aos acervos de movimento sociais rurais do Ceará, como: Cáritas, CPT e MST. Com o projeto ainda em andamento, temos como resultados parciais: a ambientação com o projeto; imersão em leituras sobre a História Agrária; digitalização e análise de fontes do DNOCS; realização e transcrição de entrevistas com lideranças locais. Obtendo como resultado, indícios da atuação do Estado favorecendo ao avanço do agronegócio na região, em detrimento da cultura e das formas de viver das populações camponesas. Porém, estas constroem suas formas de resistência, as quais ainda carecem de melhor análise. Agradecemos a UFC pelo financiamento desta bolsa.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica