EFEITOS INFLAMATÓRIO, LEISHMANICIDA E CICATRIZANTE DE LUPANO-TRITERPENO ISOLADO DE COMBRETUM LEPROSUM MART. IN VITRO E IN VIVO

Autores

  • Tino Miro Aurelio Marques
  • Aline Sombra Santos
  • Naya Lúcia de Castro Rodrigues
  • Francisco Rafael Marciano Fonseca
  • Dorotheia Teixeira Alves
  • Maria Jania Teixeira

Resumo

Leishmania braziliensis é a principal espécie causadora da leishmaniose cutânea no Brasil. Os tratamentos convencionais causam sérios efeitos colaterais, apresentam inconveniências e resistência. Produtos naturais são, portanto, alternativas ao tratamento padrão. O Lupano (LuP) é um triterpeno isolado das folhas de Combretum leprosum Mart. com relatos de efeito leishmanicida in vitro contra L. amazonensis e cicatrizante em modelo animal. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos leishmanicida, inflamatório e cicatrizante de LuP in vitro e in vivo contra L. braziliensis. Foram realizados testes anti-promastigota, citoxicidade em macrófagos J774 e anti-amastigota, utilizando LuP (5, 10, 25 e 50 µg/mL). Os sobrenadantes das culturas de macrófagos foram coletados para a dosagem de citocinas. Hamsters (n=24) foram infectados com promastigotas na derme da orelha direita e o tratamento foi feito com aplicações tópicas diárias de LuP (50 µg/mL) por 10 dias. A espessura da lesão foi medida por 25 dias p.i. e a eutanásia foi feita no final para avaliar carga parasitária (orelha e linfonodo) e análise histopatológica. Observou-se baixa toxicidade de LuP nas concentrações abaixo de 50µg/mL e efeitos significantes anti-promastigota e anti-amastigota na concentração de 50 µg/mL, com 24 e 48 horas. LuT (50 µg/mL) induziu alta produção de IL-12 e TNF-⍺, e produção mais discreta de IL-4 e IL-10. In vivo, LuP foi capaz de reduzir a espessura das lesões e a carga parasitária na orelha infectada e linfonodo ao final do tratamento. A análise histopatológica mostrou uma forte resposta inflamatória e um importante efeito cicatrizante de LuP. Os dados deste trabalho indicam que LuP tem ação inflamatória, leishmanicida e cicatrizante, sugerindo seu potencial para futuras intervenções terapêuticas para a leishmaniose cutânea.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica