EFEITOS SOBRE O NEURODESENVOLVIMENTO FETAL DO USO E DO ABUSO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS –CRACK/COCAÍNA, ÁLCOOL, MACONHA- EM TRÊS GESTANTES ACOMPANHADAS NO PRÉ-NATAL NA MATERNIDADE-ESCOLA ASSIS CHATEAUBRIAND – MEAC, FORTALEZA-CE: UM OLHAR PSICOFARMACOLÓGICO.

Resumo

Introdução. O consumo de substâncias psicoativas perpassa a evolução humana antes mesmo de nos estruturarmos como Homo sapiens e normalmente com o mesmo propósito:a ativação de circuitos cerebrais responsáveis por reforçar comportamentos prazerosos por meio da liberação de dopamina e de serotonina- o chamado circuito de recompensa.O consumo por gestantes, a exemplo, que normalmente estão em situação de vulnerabilidade social tem aumentado e trouxe um risco ao cérebro fetal, pois ele é extremamente sensível à toxicidade imposta pelas drogas. Dentre as substâncias consumidas, as de maior relevância para o caso são cocaína/crack, álcool e maconha.Objetivos:Explicitar,por meio de três casos clínicos, como as alterações psicofarmacológicas impostas pelo consumo das drogas citadas pode afetar o neurodesenvolvimentro fetal. Metodologia:As três pacientes foram acompanhadas pela MEAC nos três últimos meses de gestação e era de posse a informação do uso de diário das diversas drogas citadas pelas três pacientes desde antes da concepção até 6° mês em média de gestação. As análises baseiam-se em exames de US cerebral fetal realizadas mensalmente nesse período.As mães têm entre 18 e 25 anos de idade, sem comorbidades prévias conhecidas ou diagnosticadas.Resultados:Verificou-se diminuição do volume encefálico nos três fetos, com microcefalia grave em um deles e lisencefalia em outro.Discussão:A análise dialoga com a bibliografia internacional em que se observam desenvolvimento insuficiente ou até ausência de desenvolvimento cerebral devido a morte de neurônios em decorrência da degeneração neuronal por estresse oxidativo, suprimento vascular insuficiente e por alterações na liberação e na degradação neurohormonal no cérebro fetal.Conclusão:As substâncias psicoativas, lícitas ou não, podem trazer sérios prejuízos ao neurodesenvolvimento fetal.