EFICÁCIA E SEGURANÇA DO EVEROLIMO EM RECEPTORES DE TRANSPLANTE RENAL PEDIÁTRICOS.

Autores

  • Bruna Luiza Braga Pantoja
  • Marina Pinto Custódio
  • Ronaldo de Matos Esmeraldo
  • Taina Veras de Sandes Freitas

Resumo

Introdução: Evidências demonstram que o uso de inibidores da mTOR é seguro e eficaz em receptores de transplante renal (TxR) adultos. No entanto, as evidências são escassas na população pediátrica. Objetivo: Avaliar a eficácia e segurança do Everolimo (EVR) em TxR pediátricos. Métodos: Coorte retrospectiva de centro único incluindo TxR realizados entre Jan/11-Fev/17 em pacientes ≤18 anos, os quais receberam imunossupressão (IMS) baseada em Tacrolimo (TAC) associado a EVR (n=67) ou Micofenolato (MPA, n=64). TAC-MPA e profilaxia para CMV foram utilizados rotineiramente no serviço até 2012, quando houve transição gradual para EVR associado a tratamento preemptivo para CMV. Resultados: Os grupos foram semelhantes quanto ao gênero (masculino, 57,3%), idade (12,3±4,7 anos), etiologia da DRC (uropatia, 35,1%), tempo em diálise (mediana 12 meses), PRA (mediana 0%), idade do doador (15,5±7,7 anos), MM HLA (4,7±1) e percentual de receptores CMV IgG negativo (23,3%). Os doadores falecidos predominaram no grupo EVR (100 vs 85,9%, p=0,001). 95,4% foram induzidos com globulina anti-timócito (p=0,231) e a estratégia livre de esteroides predominou no grupo EVR (86,6 vs 59,4%, p=0,001). O grupo MPA recebeu profilaxia com valganciclovir com maior frequência (19,4 vs 35,9%, p=0,050). Não houve diferença significativa na incidência de rejeição aguda comprovada por biópsia (9 vs 14,1%, p=0,418) e de descontinuação do tratamento (25,4 vs 15,6%, p=0,198). Eventos por CMV foram mais incidentes no grupo MPA (24,2 vs 51,6%, p=0,002). As sobrevida do paciente (98%) e do enxerto (95%) e a função renal (62,7±27,1 mL/min) foram semelhantes. Análise multivariada evidenciou que status sorológico (CMV IgG R-) (OR 4,557), profilaxia com valganciclovir (OR 0,178) e IMS inicial com EVR (OR 0,208) estavam associados de forma independente a eventos por CMV. Conclusão: O regime baseado em TAC-EVR foi eficaz e seguro nessa população pediátrica, além de estar associado a menor risco para eventos por CMV.

Publicado

2019-01-01

Edição

Seção

XXXVIII Encontro de Iniciação Científica